segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Felipe Moura Brasil - A vitória do conchavo

O Estado de S. Paulo.

Governo eleito aposta no ‘toma lá, dá cá’ para aprovar PEC que turbina gastos

Nem o futebol salvou o Brasil em 2022. Enquanto a Argentina conquista a Copa do Mundo do Catar, consagrando a genialidade de Lionel Messi, nosso país segue sem foco ético, sem liderança altruísta, sem exemplo unificador.

De um lado, o petismo renova a compra de apoio parlamentar para turbinar gastos sem cortar privilégios, ou turbinando-os também. O aumento do número de ministérios de 23 para 37, a liberação da nomeação de políticos para 548 cargos de poder com o afrouxamento da Lei das Estatais e a legalização da versão maquiada do orçamento secreto são apostas do governo eleito de Lula para aprovar a PEC do Estouro à base de “toma lá, dá cá”, embora petistas ainda disputem com Centrão e aliados da “frente ampla” os cofres mais cheios e as pastas de maior retorno eleitoral.

De outro lado, o bolsonarismo que uniu o fisiologismo do Centrão a um reacionarismo aloprado e militarista ilustra sua dupla natureza, votando junto com o PT no Congresso pela mudança na Lei das Estatais e pela maquiagem do orçamento secreto, ao mesmo tempo que estimula a alucinação coletiva em estradas e portas de quartéis, com contestação de urnas, clamor intervencionista e vandalismo. A cumplicidade com Jair Bolsonaro e o receio de isolamento de outros potenciais representantes de uma direita democrática inibem críticas à distopia bolsonarista, agravando o isolamento da realidade da suposta direita existente.

De cima, o Centrão do STF, da Câmara e do Senado vai passando a boiada, como se viu na interrupção feita por Ricardo Lewandowski no julgamento das emendas de relator na quinta-feira, 15, para que Arthur Lira e Rodrigo Pacheco aprovassem na sexta, 16, a resolução que mudou critérios de distribuição, sem privar, claro, os presidentes das Casas Legislativas de centralizar fatias polpudas dos recursos. Foi uma “homenagem” ao Congresso, disse em coletiva com Pacheco o ministro Lewandowski, que agora pode virar com Gilmar Mendes o placar de 5 a 4, legalizando, com 6 a 5, o orçamento secreto maquiado. Como se não bastasse sua presença na festa pós-diplomação de Lula, o juiz dá até entrevista com outra parte interessada em meio ao julgamento do tema. Conchavo no Brasil virou tributo, em todos os sentidos. Quem paga, claro, é o povo trabalhador.

Para completar o fim de ano no País, Sérgio Cabral foi libertado da prisão preventiva com votos de ambos os ministros, além de André Mendonça, indicado por Bolsonaro.

Para 2023, o Brasil segue carecendo de um Messi e de uma oposição de verdade.

 

3 comentários:

Anônimo disse...

Felipe é um emérito (ou é 'emérdito'?) Bosta-Rala.
Errou feio: deu 7 a 4 pela inconstitucionalidade.
Vá comprar um colírio Moura Brasil pra enxergar melhor.

Anônimo disse...

O anônimo acima vai acabar tomando um xarope Moura Brasil, que vai curar sua dependência em bosta rala , pois só tem isso na sua mente. Dia sim, dia também faz a
dita cuja nas cuecas. Freud explica, essa doença.

ADEMAR AMANCIO disse...

Felipe Moura Brasil,gostoso e chato.