terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Dora Kramer - De pernas para o ar

Folha de S. Paulo

Cenário em SP confirma o dito de que a política se movimenta ao ritmo das nuvens

Não é mero chavão aquela história de que a política se movimenta ao ritmo das nuvens. É expressão da realidade: a gente olha, está de um jeito, e no minuto seguinte está de outro.

Assim ocorre no quadro pré-eleitoral em São Paulo, onde se desenhava disputa consolidada entre Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB). Agora não há mais certeza de nada.

Em matéria de eleição, nunca convém tomar como definitivos cenários antecipados. As pesquisas, que tampouco são oráculo de Delfos, ainda não registram alterações, mas a entrada de novos e significativos personagens em cena indica a possibilidade de reviravoltas.

Até outro dia o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) considerava inabalável seu apoio à reeleição do prefeito. Pois há uma semana sinalizou possível revisão do acordo. Não quer entrar em bola dividida.

Na direita, as bolas dividiram-se quando Jair Bolsonaro deu um salve a Ricardo Salles (PL), chamando-o de "prefeito", mas segue em vaivémTabata Amaral (PSB) acenou a esse campo ao chamar José Luiz Datena para sua décima filiação partidária. Desistente contumaz, Datena diz que agora vai: "Estou com as pessoas certas".

Uma dessas pessoas é ninguém menos que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que já se postou na linha de frente de Tabata na arena oposta à do presidente Luiz Inácio da Silva, cabo eleitoral para lá de qualificado da campanha de Boulos, para cuja chapa Lula tenta atrair Marta Suplicy de volta ao PT.

Nunca se viu uma eleição na capital paulista com vice e presidente de adversários. Assim como nunca vimos petistas sem candidatura própria, da mesma forma como é inédito os tucanos por ora estarem fora do jogo.

Outrora dominantes no território, eles vivem a indecisão de ir com o prefeito Nunes, embarcar na canoa da deputada Tabata ou defender seu legado com Andrea Matarazzo. E o exercício da dúvida, sabemos, é especialidade do partido.

 

3 comentários:

Anônimo disse...

ANDREA MATARAZZO É ÓTIMO POLÍTICO.

■Andrea Matarazzo não é eleitoralmente o candidato mais viável à prefeitura de São Paulo.
=》Mas, dos nomes especulados até aqui como candidatos, eu acho Andrea o mais preparado para tratar o uso e a função de uma cidade para as pessoas e para a economia.

E com Andrea candidato a campanha política brasileira voltaria a ter a presença do progressismo iluminista que vinha com o PSDB paulista do grupo Fernando Henrique e que, seja por erros próprios ou por repetidas agressões levianas que sofreu do covarde, incompetente e corrupto populismo de adversários, hoje esse setor progressista da política brasileira se encontra eclipsado.

■■Andrea Matarazzo já tentou, em 2016, concorrer à prefeitura de São Paulo representando essa maior qualidade técnica e teórica que têm os tucanos ligados à Fernando Henrique. O que em 2016 impediu Andrea Matarazzo de concorrer foi o carreirismo do ultra-conservador (mas moralmente correto, registre-se) Geraldo Alckmin.

Alckmin, já se articulando para se lançar candidato a presidente em 2018, rejeitou a candidatura de Andrea à prefeitura para isolar o setor iluminista do PSDB e impôs a candidatura de João Dória. Pior para Geraldo Alckmin foi que João Dória, que Alckmin elegeu prefeito, logo à frente o traiu e, disputando o governo do Estado de São Paulo em 2018, deu apoio ao famigerado Jair Bolsonaro para presidente em detrimento da candidatura de seu anterior padrinho político.

■■■São Paulo já teve em Fernando Haddad um prefeito com as boas qualidades do possível candidato Andrea Matarazzo.

■Fernando Haddad, quando foi prefeito de São Paulo, apresentou características e qualidades que Andrea possui e mostrou muito bom entendimento de como deve ser pensada uma gestão de prefeitura para ordenar a função e o uso de uma cidade. Mas Haddad teve dificuldade naquela sua gestão porque o Brasil, à época, já estava afundado no desastre econômico que foi causado por erros de seu próprio PT, e a falta de recursos que veio com a crise fiscal prejudicou a imagem pública de Haddad como prefeito.

A partir das dificuldades com a falta de recursos que enfrentou, em vez de fazer como faz seu partido, de afundar o poder público em dívida para tentar se reeleger, Fernando Haddad fez como os progressistas do PSDB, evitou endividar a cidade e, pelo contrário, promoveu o saneamento das finanças da prefeitura, o que lhe custou a não reeleição.

■Tendo agido com a responsabilidade de um progressista e iluminista e não como um irresponsável petista, Haddad ganhou meu respeito.

■■■Há chance de no ano que vem eu ser eleitor em São Paulo:: se eu for, votarei com certeza em Andrea Matarazzo se ele for lançado.

ADEMAR AMANCIO disse...

Não conheço Matarazzo,santo eu sei que ele não é,não existe santo na terra.

marcos disse...

Se não existe na "terra" não existe em lugar nenhum e seu comentário é idiota. MAM