RIO DE JANEIRO - Não tenho condições de intervir, diretamente, na crise do Senado. O foco agora é Sarney. Interagimos em vários momentos históricos. Fui detido algumas horas, no seu governo, porque exibi o filme que proibiu -"Je Vous Salue Marie". Fizemos o mesmo projeto de garantia de coquetel gratuito para portadores de HIV. Gostamos de ler e de escrever. Sempre houve cordialidade entre nós.
Difícil entender como ainda não percebeu que a renúncia é a melhor coisa para ele. Nem por que alguém tão preocupado com o ritual da presidência é tão alheio à cerimônia do adeus, um ajuste de contas com a biografia, na fase final da existência. Não o considero o único responsável pela crise do Senado; sua saída é apenas uma condição. Se a reforma sair como se deseja, poderá argumentar que seu gesto contribuiu para ela. Se não sair, poderá afirmar que foi um equívoco concentrar nele tanta expectativa.
Não adianta prosseguir como um fósforo frio. Essa etapa está decidida. Depois das punições, a fase crucial será vivida adiante: austeridade. Com tantos funcionários, será preciso coragem para demitir.
Mesmo se o país tiver que pagar para cumprir essa decisão, compensa estancar o desperdício, que se manifesta também na miríade de gratificações.
A denúncia do escândalo das passagens no Congresso representou um grande avanço. Milhões de reais foram economizados quando se adotaram novas regras. É a face material da luta pela transparência: otimizar o dinheiro público.
O Senado e a Câmara, num nível menor, revelaram-se para a sociedade como duas instituições perdulárias. O preço é a perda da credibilidade, em seguida, a perda total do respeito. Como é possível aceitar este caminho, fazer da política uma vergonhosa atividade humana?
Difícil entender como ainda não percebeu que a renúncia é a melhor coisa para ele. Nem por que alguém tão preocupado com o ritual da presidência é tão alheio à cerimônia do adeus, um ajuste de contas com a biografia, na fase final da existência. Não o considero o único responsável pela crise do Senado; sua saída é apenas uma condição. Se a reforma sair como se deseja, poderá argumentar que seu gesto contribuiu para ela. Se não sair, poderá afirmar que foi um equívoco concentrar nele tanta expectativa.
Não adianta prosseguir como um fósforo frio. Essa etapa está decidida. Depois das punições, a fase crucial será vivida adiante: austeridade. Com tantos funcionários, será preciso coragem para demitir.
Mesmo se o país tiver que pagar para cumprir essa decisão, compensa estancar o desperdício, que se manifesta também na miríade de gratificações.
A denúncia do escândalo das passagens no Congresso representou um grande avanço. Milhões de reais foram economizados quando se adotaram novas regras. É a face material da luta pela transparência: otimizar o dinheiro público.
O Senado e a Câmara, num nível menor, revelaram-se para a sociedade como duas instituições perdulárias. O preço é a perda da credibilidade, em seguida, a perda total do respeito. Como é possível aceitar este caminho, fazer da política uma vergonhosa atividade humana?
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