DEU EM O DIA (RJ)
Rio - “A mentira faz amigos e a verdade faz adversários”. Essa frase, atribuída ao dramaturgo romano Terêncio, que viveu antes de Cristo, produz um desconforto grande por conta de sua permanência.
A frase me veio à cabeça por conta de dois fatos importantes na corrida eleitoral que podem nortear para o bom lado o debate e as referências sobre os discursos dos candidatos. Vivemos momento de meias verdades convenientes, falsificação da realidade por meio de propaganda desmedida e biografias ficcionais. Pouco importa ater-se à verdade, se amigos e votos podem ser conquistados a despeito dela.
Um dos fatos foi a fala de José Serra sobre a cumplicidade do governo da Bolívia com o tráfico de drogas. Poucas vezes ouvimos alguém botar o dedo nessa ferida sem meias palavras e sem receio de dar nomes aos bois.
Muita gente achou-a desmedida e pouco diplomática, mas é difícil refutar essa verdade. E é importante enfrentá-la, pois dela depende a vida de muitos que estão sendo destruídos pelas drogas.
Outro fato marcante foi Marina Silva dizer claramente que não abrirá mão de suas convicções apenas para ganhar votos. Ela declarou-se contra o aborto, a descriminação das drogas e o uso da palavra casamento para a união civil de gays.
Podemos discordar dela, mas sua coragem de proferir o que pensa é reconfortante e qualificador do debate. Muitos tentam desqualificá-la rotulado-a de atrasada e adjetivando o fato de ser evangélica. É o método de aniquilar o outro, ao invés do confronto de argumentos.
Pode-se perder uma eleição, mas não a vergonha. Contra dossiês, panfletos apócrifos (como os utilizados contra Fernando Gabeira na eleição municipal) e poder das máquinas só a lei, a verdade e a retidão. E fé na crença de que a maioria acredita nesses valores.
Rio - “A mentira faz amigos e a verdade faz adversários”. Essa frase, atribuída ao dramaturgo romano Terêncio, que viveu antes de Cristo, produz um desconforto grande por conta de sua permanência.
A frase me veio à cabeça por conta de dois fatos importantes na corrida eleitoral que podem nortear para o bom lado o debate e as referências sobre os discursos dos candidatos. Vivemos momento de meias verdades convenientes, falsificação da realidade por meio de propaganda desmedida e biografias ficcionais. Pouco importa ater-se à verdade, se amigos e votos podem ser conquistados a despeito dela.
Um dos fatos foi a fala de José Serra sobre a cumplicidade do governo da Bolívia com o tráfico de drogas. Poucas vezes ouvimos alguém botar o dedo nessa ferida sem meias palavras e sem receio de dar nomes aos bois.
Muita gente achou-a desmedida e pouco diplomática, mas é difícil refutar essa verdade. E é importante enfrentá-la, pois dela depende a vida de muitos que estão sendo destruídos pelas drogas.
Outro fato marcante foi Marina Silva dizer claramente que não abrirá mão de suas convicções apenas para ganhar votos. Ela declarou-se contra o aborto, a descriminação das drogas e o uso da palavra casamento para a união civil de gays.
Podemos discordar dela, mas sua coragem de proferir o que pensa é reconfortante e qualificador do debate. Muitos tentam desqualificá-la rotulado-a de atrasada e adjetivando o fato de ser evangélica. É o método de aniquilar o outro, ao invés do confronto de argumentos.
Pode-se perder uma eleição, mas não a vergonha. Contra dossiês, panfletos apócrifos (como os utilizados contra Fernando Gabeira na eleição municipal) e poder das máquinas só a lei, a verdade e a retidão. E fé na crença de que a maioria acredita nesses valores.
Diretor de teatro e cineasta
(artigo publicado ontem, 13/6/2010)
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