Carolina Alves
O desemprego atingiu o menor nível para o mês de setembro desde 2002, é verdade. Mas, por mais que a taxa de 6% seja baixa, não é possível afirmar que o Brasil tenha alcançado a condição de “pleno emprego”, diz Cimar Azeredo, gerente da pesquisa realizada pelo IBGE.
“Não existe pleno emprego num mercado de trabalho com tantas desigualdades”, destaca o economista. Ele reforça que, na questão de gênero e raça, por exemplo, o Brasil ainda está muito longe de ser uma economia que já absorveu todo o seu potencial de mão-de-obra. Um homem negro ganha, em média, 55% o rendimento de um profissional branco do mesmo sexo.
Já as mulheres ganham 72,1% do salário dos homens. “No fim das contas, um homem negro ganha menos que uma mulher branca”, diz Azeredo. Além disso, as mudanças nesse cenário são muito demoradas no Brasil. “Levamos oito anos para que o rendimento de um homem negro crescesse apenas 5,6 pontos percentuais, atingindo R$ 1.102”, completa.
As desigualdades acontecem também no âmbito regional. O desemprego em Salvador é de 9%, enquanto que em Belo Horizonte é de 5%. Já o rendimento real do Recife é o menor entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas (R$ 1.089,50).
Fonte: Brasil Econômico
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