Na opinião de líderes oposicionistas, presidente Dilma tem cometido repetidos erros na condução da economia
Débora Álvares, Ricardo Brito, João Domingos e Daiene Cardoso - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A decisão da agência Standard&Poor's de rebaixar a nota de crédito do País comprova os erros cometidos pela presidente Dilma Rousseff na condução da economia. A avaliação permeou a reação de líderes de oposição ontem. O presidente do PSDB e pré-candidato tucano à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), disse que o rebaixamento é resultado de erros em série.
"Infelizmente aconteceu o previsto e o País teve sua nota de crédito rebaixada pela Standard & Poor's. A decisão coroa uma temporada de equívocos cometidos pelo governo da presidente Dilma Rousseff na área econômica, mas não só nela", afirmou, em nota, o tucano.
Para Aécio, a revisão do rating tende a encarecer o crédito para o País no mercado internacional e "afetar ainda mais as perspectivas de desenvolvimento". "O histórico de manipulações contábeis, o descuido com a boa aplicação dos recursos públicos, a leniência com a inflação, a ineficácia na realização dos investimentos necessários para destravar o País, em contrapartida aos exorbitantes gastos correntes, explicam, com sobras, a indesejada decisão."
Segundo o presidenciável tucano, o rebaixamento comprova a perda na confiança no Brasil. "Tamanho retrocesso não é obra que se constrói ao acaso. É fruto de desacertos diários de um governo que, até hoje, mais prejudicou do que ajudou o Brasil", avaliou o senador.
O governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, comentou no Facebook a decisão da S&P. Segundo ele, "o rebaixamento da nota brasileira por uma agência de classificação de risco poderia até ser relativizado pelo governo, se esse mesmo governo não tivesse festejado o upgrade, quando foi concedido anos atrás".
Campos afirmou, por meio de seu perfil oficial na rede, que os problemas do País são "baixo crescimento com inflação alta" e "baixo investimento com altos gastos correntes". "Infelizmente o governo não tem mostrado capacidade de enfrentar o desafio e mudar o jogo."
Deputados. Líderes partidários na Câmara dos Deputados engrossaram as críticas. "Evidente que o Brasil economicamente não caminha bem. Não tem uma gestão de qualidade que olhe para o médio e longo o prazo. É uma gestão que provoca uma desorganização econômica no País. Coloca por água abaixo todo o trabalho que tivemos nos últimos 20 anos, com a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a estabilidade econômica", disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), disse não ter sido surpreendido com o rebaixamento do Brasil. "Vejo com tristeza, mas sem surpresa, pela gestão sofrível da presidente Dilma à frente do governo."Já o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse que o rebaixamento reflete a estagnação da economia. "Dilma e Mantega estão colhendo o que plantaram. A presidente está esfacelando a credibilidade econômica do País."
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