Daniel Carvalho | Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer quer preparar uma agenda positiva para anunciar nos próximos dias na tentativa de minimizar os efeitos da mais severa crise política desde que assumiu o governo, há pouco mais de um ano.
Ministros foram orientados a fazer um pente-fino nas ações de seus ministérios para apresentar ao presidente ações e obras que podem ser anunciadas brevemente.
Além disso, o Planalto cobrou a divulgação do que cada sigla fez de positivo ao longo da administração Temer.
"Os resultados [da semana passada] sugerem que o governo deu rumo ao país. É preciso ter muito cuidado nessa hora para não ter nenhum tipo de obstáculo que prejudique esses ganhos e traga atrasos nesta trajetória", disse à Folha o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).
Está previsto que os ministros gravem vídeos com balanço de suas pastas.
A agenda positiva visa dar uma sinalização à sociedade às vésperas da retomada do julgamento pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da chapa presidencial encabeçada pela ex-presidente Dilma Rousseff e que tinha Temer como vice.
Minimizando o mau humor da população, o governo espera também botar panos quentes nas articulações em curso para suceder o presidente, caso ele não resista à frente do cargo.
Até a tarde de sexta (26), auxiliares de Temer avaliavam que ele havia terminado a semana com uma pressão menor que aquela sofrida até então, quando o impacto dos desdobramentos da delação da JBS foi mais forte.
Essa análise, porém, passou a ser relativizada depois do pedido de demissão da presidente do BNDES, Maria Silvia Marques, na sexta.
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