Pondo em prática seu plano de concorrer à Presidência da República no ano que vem, o sr. Lula da Silva deu início, na quinta-feira passada, a uma caravana de 20 dias, percorrendo 25 cidades dos 9 Estados do Nordeste. Esses primeiros passos rumo às eleições de 2018 mostram que o ex-presidente petista continua exatamente o mesmo, sem assumir sua responsabilidade pela crise, sem fazer qualquer autocrítica e sem esclarecer seus atos, como se não tivesse sido condenado por corrupção passiva e lavagem dinheiro a 9 anos e 6 meses de prisão.
Se Lula deseja voltar a ocupar algum cargo público, seu primeiro dever é esclarecer cabalmente as acusações que recaem contra sua pessoa. É completamente descabido que, diante do clamor da população por um país mais limpo, uma pessoa condenada criminalmente e sendo ré em outras cinco ações penais inicie sua mobilização eleitoral como se nada existisse contra ela. É isso, no entanto, exatamente o que o sr. Lula da Silva faz, em completo desprezo pelas instituições do País e pela inteligência do cidadão.
Além de não esclarecer os mimos recebidos de tanta gente poderosa, o ex-sindicalista aproveita sua caravana pelo Nordeste para distorcer os fatos e difundir velhas asneiras. Critica, por exemplo, o governo brasileiro por sua posição firme contra a ditadura instalada na Venezuela. Segundo Lula, “é ridículo um governo golpista, ilegítimo, inimigo do seu próprio povo, querendo dar lições de democracia à Venezuela”. Como se vê, Lula inverte tudo, conforme seus interesses.
Um governo constitucional passa ser, em suas palavras, golpista e ilegítimo, ao mesmo tempo que, no país vizinho, o fechamento do Congresso e a subserviência do Judiciário ao Executivo são tratados como fenômenos irrelevantes.
Lula não falseia apenas a realidade internacional. Segundo ele, “nós já governamos o País e provamos na prática que o Brasil pode ser uma nação soberana, com verdadeiro crescimento econômico, geração de empregos, distribuição de renda, inclusão social e ampliação das oportunidades educacionais em todos os níveis”. Ora, é preciso com urgência alguém recordar a Lula a situação na qual o PT deixou o País. Os petistas fizeram a inflação voltar, implantaram a maior recessão econômica da história brasileira, estraçalharam o ambiente de negócios impondo o desemprego a milhões de brasileiros e ainda geraram o maior escândalo de corrupção do mundo, num despudorado aparelhamento do Estado para interesses particulares – partidários e pessoais.
A responsabilidade pela situação dificílima na qual se encontra o País é diretamente do sr. Lula da Silva. Como ele admitiu em recente entrevista, “a Dilma não pediu para ser candidata. Eu a indiquei”. Não cabe ao líder petista, portanto, sair pelas cidades nordestinas fantasiado de salvador da pátria. Ao tentar enganar uma vez mais o povo, ele simplesmente corrobora sua identidade de charlatão.
Em entrevista a uma rádio de Sergipe, Lula disse que “é preciso colocar o Brasil nos eixos”. Certamente, depois dos 13 anos de PT no governo federal, muita coisa precisa ser corrigida. Os governos Lula e Dilma conseguiram desaprumar profundamente a economia. Com suas políticas públicas enviesadas, a beneficiar os amigos, Lula e Dilma bagunçaram setores fundamentais para o País, desestimularam investimentos, atravancaram a produtividade. Lula da Silva não assume, porém, sua responsabilidade por essa herança maldita. Insensível, diz que está “com medo do que está acontecendo com milhões de crianças, porque o Brasil voltou para o Mapa da Fome”. É o velho Lula em ação, indiferente às consequências de seus atos, manipulando o sofrimento alheio para seus fins políticos.
Quando passou por Feira de Santana (BA), Lula disse que “não dá para votar num cidadão sem saber se ele é raposa ou não”. Seja por experiência própria, seja porque a Justiça já falou, não cabe, no caso de Lula, qualquer tipo de dúvida. É raposa, e das brabas.
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