Pré-candidatos à Presidência da República exaltaram a atuação de Marielle Franco
Caio Sartori | O Estado de S.Paulo
Os pré-candidatos à Presidência da República se manifestaram sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, do Psol carioca, morta a tiros na noite desta quarta-feira. Eles cobraram investigação imediata e exaltaram a atuação de Marielle na defesa das comunidades carentes e na luta por igualdade.
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, pré-candidato do Psol ao Planalto, exigiu “investigações sérias, doa a quem doer”. E indicou que o crime pode ter relações diretas com as denúncias que a vereadora vinha fazendo contra a violência policial na cidade. “A noite desta quarta-feira ficará marcada pela violência escancarada de quem está seguro da impunidade. Lutaremos por justiça até o fim. Marielle, honraremos sua caminhada!”, escreveu o psolista nas redes sociais.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou Marielle de “corajosa liderança política” e prestou solidariedade aos familiares e amigos da vereadora. “O Rio de Janeiro e a democracia brasileira foram atingidos por esse crime político bárbaro”, disse o ex-presidente pelas redes sociais.
Nesta manhã, durante o Fórum Econômico Mundial sobre América Latina, realizado em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cobrou uma "apuração rigorosa" do assassinato e disse acreditar que houve execução. "Importante é não ter impunidade, ter uma apuração rigorosa e a prisão dos criminosos."
A ex-senadora Marina Silva (Rede) também exigiu investigações rigorosas - e desejou “que Deus possa consolar a família, amigos e companheiros de militância.”
Pré-candidato do PDT, o ex-ministro Ciro Gomes disse que tem acompanhado o caso de perto e, assim como os outros, cobrou investigações sérias. Ele destacou o legado da curta vida política de Marielle. “Sua luta por um Brasil mais justo e contra a discriminação deve ser empunhada por ainda mais brasileiras e brasileiros."
Na mesma linha de destacar o que Marielle representava na política, a deputada estadual Manuela d’Ávila, do PCdoB gaúcho, exaltou o viés feminista da trajetória da vereadora carioca. “Ninguém vai calar as mulheres que lutam”.
Presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato do DEM, Rodrigo Maia avaliou que o assassinato da vereadora significa um “trágico avanço na escalada da barbárie que deve ser contida custe o que custar.”
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), classificou a morte como "absolutamente inaceitável" e disse que é preocupante quando crimes como roubo se misturam com violência política. "Assassinato mostra necessidade absoluta de intervenção no Rio."
O empresário João Amoêdo, do Partido Novo, prestou sentimento e solidariedade a amigos e familiares “neste momento difícil e inesperado.”
Pré-candidato do Podemos, o senador Alvaro Dias chamou o caso de "crime grotesco". "Mais um capítulo da barbárie que vem se tornando uma triste rotina na vida de todos os brasileiros. Expresso meu profundo pesar e toda minha solidariedade à família, amigos e eleitores de Marielle Franco."
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ainda não se pronunciou sobre o caso.
Crime. Marielle Franco, de 38 anos, foi morta a tiros na noite desta quarta-feira, no Centro do Rio. Ela saía de um evento na Lapa e voltava para casa, na Tijuca, Zona Norte. O motorista do carro, Anderson Pedro Gomes, também morreu. Uma assessora de imprensa da psolista estava no carro e, ferida por estilhaços, sobreviveu. Os policiais que investigam o caso acharam nove cápsulas de bala na cena do crime.
Eleita com mais de 46 mil votos em 2016, Marielle foi a quinta vereadora mais votada daquele pleito. Nascida e criada na Maré, complexo de favelas na Zona Norte, tinha como principais bandeiras políticas a defesa dos jovens negros, o fim da truculência policial e o feminismo.
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