Em conversa, eles discutiram a liderança de candidatos dos 'extremos' e a fragmentação do centro político a três meses das eleições
Vera Rosa | O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - As incertezas que dominam a disputa para o Palácio do Planalto foram o principal tema de um almoço oferecido nesta terça-feira, 3, pelo presidente Michel Temerao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na conversa, tanto Temer quanto FHC se mostraram preocupados com a liderança de candidatos dos "extremos" e com a fragmentação do centro político, a três meses das eleições 2018.
FHC estava em Brasília para participar, ao lado de Temer, da cerimônia de abertura do Encontro Nacional da Indústria, que nesta quarta-feira, 4, receberá seis pré-candidatos ao Planalto. O presidente fez vários elogios ao tucano, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e depois o chamou para um almoço no Jaburu.
Na noite de segunda-feira, 2, Temer já havia recebido o ex-prefeito de São Paulo João Doria — pré-candidato do PSDB ao governo paulista — e o empresário Paulo Skaf(MDB), que também quer disputar o Palácio dos Bandeirantes. Doria se movimenta para que Skaf desista da candidatura e concorra a uma cadeira ao Senado — a outra vaga foi destinada ao apresentador de TV José Luiz Datena, filiado ao DEM. Skaf, no entanto, disse no encontro que não abrirá mão de concorrer ao Bandeirantes.
A reunião entre Temer e FHC fez ressurgir os rumores sobre a construção de uma "alternativa" para unir o centro. Na noite do dia 21, um encontro na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com a presença de Temer, do senador Aécio Neves(PSDB-MG) e do ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, chegou a discutir a possibilidade de substituição do pré-candidato Geraldo Alckmin por João Doria na chapa presidencial do PSDB.
Alckmin está praticamente estagnado nas pesquisas de intenção de voto, com índices variando de 4% a 7%. Nesta quarta-feira, ele terá um jantar, em Brasília, com dirigentes do bloco formado por DEM, PPS, PRB e Solidariedade, em busca de apoio. O grupo está dividido, e uma ala defende a aliança com Ciro Gomes (PDT).
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