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O que os números falam
Antes do atentado de Juiz de Fora no último dia 6, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) tinha uma rejeição de 44% em pesquisa de intenção de voto do Ibope.
Depois do atentado, a rejeição caiu para 41%, oscilou para 42% e agora cresceu para 46%, segundo a pesquisa Ibope de ontem. Quer dizer: o efeito do atentado, que o beneficiara, passou.
Daqui até domingo mais cinco pesquisas de intenção de voto para presidente da República serão conhecidas – a mais importante delas, do Datafolha, na noite da sexta-feira.
Sim, e haverá dois debates na televisão entre os candidatos – e sem Bolsonaro. Nesta quarta-feira (26), no SBT; no domingo (30), na TV Record. Está bom ou querem mais?
O último debate será o da TV Globo, no dia 4 de outubro – e a eleição no domingo dia 7. Até lá, novas pesquisas poderão confirmar o que por enquanto ainda não passa de um esboço.
Por uma ou duas vezes, Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) disputarão a vaga de Michel Temer. Bolsonaro segue como favorito. Haddad ameaça alcançá-lo.
Quem não quiser ver Haddad ou Bolsonaro presidente tem Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (REDE) para votar, mas os três estão empacados, como Bolsonaro.
Haddad subiu. E tem mais espaço para subir a levar-se em conta o tamanho que alcançou se comparado com o que tinha Lula nas pesquisas de pouco mais de um mês.
Em 2002, ao fim do primeiro turno, Lula tinha 41% dos votos. Naquela ocasião, para a Câmara e o Senado, o PT havia obtido 19% dos votos. Haddad, hoje, está com 23% na pesquisa Ibope.
Como xerife da economia nacional na época da ditadura militar de 64, o ministro Delfim Netto costumava dizer: se torturados, os números confessam o que interessar aos seus algozes.
Sem tortura, os números indicam que esta será a mais acirrada eleição presidencial de nossa história.
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