Autor do pedido de criação de uma CPI para investigar denúncias envolvendo membros de tribunais superiores, o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) disse ao Estado que houve pressão de ministros do Supremo para que seus colegas retirassem suas assinaturas.
• Como o sr. recebeu a retirada das assinaturas?
Não conversei com os dois (os senadores Tasso Jereissati e Kátia Abreu) sobre os motivos. Vou conversar. Quem tem de se preocupar com isso são os eleitores deles.
• A que o sr. atribui esse recuo?
Recebo com uma certa naturalidade, uma vez que havia uma pressão muito grande contra a concretização da CPI.
• O sr. considera que o Supremo é uma caixa-preta?
Alguns setores do STF configuram, sem dúvida, o que se denomina caixa-preta.
• Acha que houve pressão do Judiciário pela retirada das assinaturas, com o argumento de que isso poderia abrir uma guerra entre os Poderes?
A pressão de alguns ministros aconteceu e ela foi ostensiva. Houve ameaça de retaliação em relação ao plano econômico, de uma crise institucional.
• Os críticos da CPI dizem que seria uma vingança contra o ministro Dias Toffoli por ter derrubado o voto aberto.
Não tem cabimento nenhum essa alegação. Não tenho vinculação com nenhum tipo de grupo político. A proposta é uma demanda da sociedade.
• Acredita que a CPI pode abrir uma guerra entre os Poderes?
A democracia foi suficientemente testada. O Brasil passou dessa fase, mas existem pessoas que tentam se aproveitar desse tipo de ameaça para manter seus privilégios.
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