Folha de S. Paulo
PL sustenta falsas suspeitas para manter
controle de bancadas e nutrir expectativa de voltar ao poder
Valdemar Costa Neto sempre foi conhecido
pela habilidade de navegar pelas águas da política com um pé em cada canoa. O
presidente do PL fez jus à fama em seu primeiro
pronunciamento após a eleição. Em 50 minutos, ele anunciou que a
sigla vai para a oposição, celebrou a formação de uma bancada de 99 deputados e
lançou Jair Bolsonaro à Presidência em 2026 —mas evitou reconhecer o resultado
das urnas.
O chefe do PL decidiu oferecer um braço partidário para o bolsonarismo pelos próximos quatro anos. As declarações dadas por ele nesta terça (8) mostram que a legenda está disposta a bancar a operação política do presidente derrotado e também dar sustentação às falsas suspeitas sobre a eleição.
Valdemar condicionou o reconhecimento do
resultado da votação ao relatório do
Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas, que será divulgado
nesta quarta-feira (9). Os militares não são avalistas de nenhuma eleição, mas
o dirigente topou fazer o jogo de Bolsonaro.
Tudo indica que a Defesa não tem elementos
para comprovar uma fraude no processo eleitoral, mas a pasta deve anunciar
conclusões ambíguas o suficiente para preservar o discurso dos bolsonaristas.
A dobradinha entre o PL e os militares
fornece uma estrutura para preservar o golpismo como ferramenta política. Mesmo
na oposição, o presidente e seus seguidores querem alimentar suspeitas sobre a
votação. Valdemar aceitou manter essa sombra no palanque.
O próprio chefe do PL foi obrigado a
reconhecer o tamanho da
sandice. Ao comemorar a eleição de deputados, senadores e
governadores, ele disse que a votação valeu. Depois, precisou admitir que o
questionamento do resultado poderia ameaçar os vitoriosos da sigla.
O presidente do PL sabe que não é possível comprar o bolsonarismo pela metade. Vale tudo para manter o controle das maiores bancadas do Congresso, renovar um fundo partidário vultoso e nutrir a expectativa de voltar ao poder em quatro anos.
3 comentários:
Bolsonaro voltando daqui quatro anos...
Só Jesus na causa.
Esse pomba gira não volta mais não ele vai baixar noutro terreiro
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