O Brasil precisa deixar de ser um País composto por uma elite cada vez mais rica; uma classe média por ela (elite) manipulada, sem qualquer consciência de nacionalidade; e por uma multidão cada vez maior de excluídos, pobres e miseráveis. Um País onde um pobre que pega uma penca de bananas para matar a fome é preso e condenado e um rico que rouba milhões de recursos públicos raramente vai para a prisão.
Sem uma redução drástica das desigualdades continuaremos a ser uma
democracia de fachada, onde não se pode nem sonhar com uma sociedade
internamente harmônica e pacífica. A sociedade precisa ter consciência deste
grave problema nacional e passar a exigir que os governos atuem com firmeza na
busca de soluções para ele, as quais passam pela redução da pobreza e de todas
as demais injustiças sociais.
A eleição de um presidente compromissado com a redução dessas
desigualdades foi muita animadora. Mas como, contraditoriamente, foi eleito um
Congresso Nacional composto majoritariamente por parlamentares sufragados pela
força do poder econômico, além de adicionalmente financiados por dinheiro
público proveniente dos superdimensionados fundos partidário e eleitoral e do
orçamento secreto, será muito difícil o avanço na redução das desigualdades
sociais no País.
A maioria dos atuais parlamentares, principalmente da Câmara dos
Deputados, não demonstram ter quaisquer compromissos com o País e nem condições
morais e intelectuais para o exercício dos importantes cargos para os quais
foram eleitos. O único interesse deles é com a liberação de suas emendas e pela
indicação de apadrinhados para o exercício de cargos no Poder Executivo.
E, na ponta, patrocinarem a avalanche de corrupção que a todo dia
vem a público.
A solução deste grave problema nacional, que levará a uma melhor
qualificação dos parlamentos, passa pela adoção de medidas de combate à
desigualdade de inclusão democrática, consistente em ações, da sociedade e dos
governantes, voltadas à motivação, incentivo e conscientização dos segmentos
mais vulneráveis da sociedade, visando à elevação da consciência social e
política.
Não há outro caminho: só um gigantesco esforço para a formação de
uma sociedade verdadeiramente democrática, consciente da importância do voto,
da política e da democracia, mobilizada e organizada para a participação,
poderá qualificar a representação política e superar o atual Centrão.
Sem isso, os espaços de participação e representação continuarão a
ser ocupados majoritariamente por oportunistas e corruptos, preocupados
unicamente em acumular riqueza e poder, sem quaisquer compromissos com os
interesses do País e com o povo.
*Geólogo, advogado e escritor
Um comentário:
Tem muitos diplomados que votaram em Jair.
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