Folha de S. Paulo
Ex-chanceler teve apenas prudência radical,
mas queixa mostra posição delicada do Brasil na mediação da crise
Caiu mal na oposição venezuelana uma
declaração de Celso Amorim sobre o impasse em torno da eleição no país. Em
entrevista à GloboNews, o ex-chanceler demonstrou frustração com o segredo
de Nicolás
Maduro sobre as atas de votação e acrescentou: "Eu também
não tenho confiança nas atas da oposição".
Dentro da prudência radical que é recomendada a quem pretende ser árbitro de uma disputa perigosa, Amorim não falou nenhum absurdo. Se o Brasil exige a divulgação dos documentos oficiais, não haveria razão para declarar fé antecipada nos papéis apresentados por apenas uma das partes. Mas também não era preciso dizer o contrário.
As atas coletadas pela oposição são o
principal argumento do grupo para contestar o resultado declarado por Maduro.
Sem direito de recorrer ao órgão eleitoral e diante de tribunais
dominados pelo regime, os adversários do chavismo dependem de uma
análise desse material para sustentar seus questionamentos.
Os opositores queriam que os países que fazem
a intermediação da crise dessem um bom nível de crédito ao material apresentado
por eles. Afinal, os adversários do regime ao menos mostraram alguns documentos
e os submeteram ao escrutínio público, enquanto Maduro mantém seus papéis
sequestrados.
Há um limite para esse pleito. Órgãos
independentes avaliaram as atas em posse da oposição, que
representam 80% das seções eleitorais, e apontaram que Edmundo
González derrotou Maduro. Já o Brasil, a Colômbia e o México,
corretamente, sustentam a necessidade de uma verificação do resultado a partir
da documentação completa.
A queixa dos partidários de González reflete
a posição delicada do governo brasileiro na crise. Além de manobrar dentro das
fronteiras da tolerância de um ditador como Maduro, o país também precisa
manter a confiança da oposição para buscar o que se pode chamar de saída
negociada. Fora dessas linhas, a Venezuela estará
entregue ao regime e ainda pode explodir num conflito grave.
3 comentários:
Desde que a Venezuela se tornou um palco possível para instalações de mísseis da Rússia e da China nesse contexto Atual de conflito os Estados Unidos considera essa questão como segurança nacional , já estão com navios de guerra nas costas da Venezuela e aumentaram as sanções do estado e dos membros do governo Bloqueando Ativos de personagens governamentais e impedindo a sua viagem para os Estados Unidos Parece que dessa vez o problema não vai só se resumir as discussões Internas e o Lula , esse esquerdista fundador do foro de São Paulo, logo logo vai ser desmascarado como um apoiador dissimulado do maduro e de todas as ditaduras mundo afora
Pelo visto essa questão da Venezuela virou briga de cachorro grande
O Lula nessa é um Pinscher zero velho e cansado
Verdade.
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