quarta-feira, 10 de outubro de 2012

PMDB vai apoiar Haddad em SP; Paulinho fecha com Serra


PMDB anunciará apoio de Chalita a Haddad

Partidos já negociam cargos na prefeitura em caso de vitória; PRB de Russomanno resiste a selar acordo

Peemedebistas selaram aliança em encontro de Lula e Temer; Chalita deve anunciar adesão hoje em ato com petista

Catia Seabra, Bernardo Mello Franco e Luiza Bandeira

SÃO PAULO - O ex-presidente Lula e o vice-presidente Michel Temer fecharam ontem o apoio do PMDB ao candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Os petistas se comprometeram, em caso de vitória, a dar ao partido aliado um espaço na prefeitura semelhante ao que os peemedebistas têm hoje em Brasília. O partido controla cinco pastas no governo Dilma Rousseff.

A aliança deve ser anunciada hoje em ato com as presenças de Haddad e do candidato derrotado do PMDB, Gabriel Chalita, que ficou em quarto lugar na eleição com 13,6% dos votos válidos.

O PRB de Celso Russomanno, que ficou em terceiro com 21,6% dos votos, ainda resiste a aderir a Haddad. Dirigentes dos dois partidos se reuniram ontem à noite, mas não fecharam acordo.

A aliança com o PMDB foi selada ontem de manhã em reunião na casa de Temer, no Alto de Pinheiros (zona oeste). Além da entrega de secretarias municipais, foi negociada a participação de vereadores da sigla em subprefeituras caso Haddad se eleja.

O PMDB também cobrou apoio petista em Natal e Florianópolis, onde tem candidatos no segundo turno.

O partido ainda pediu a incorporação de cinco pontos do programa de Chalita à plataforma de Haddad, incluindo a implantação das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) no setor de saúde.

"Nossa aproximação vai ser com base em propostas. Chalita defendeu a questão das UPAs, da educação integral, e nós vamos estudar essas questões", disse Haddad.

A exigência foi feita pelo candidato derrotado do PMDB para justificar a aliança à sua base eleitoral.

Ele temia que seus aliados ligados à Igreja Católica rejeitassem um acordo por causa da cartilha anti-homofobia elaborada para o Ministério da Educação na gestão de Haddad. O material foi apelidado de "kit gay" e gerou forte reação no meio religioso.

O tema atrasou o acordo com o PMDB, previsto inicialmente para domingo.

O comando da campanha também evitou um anúncio ontem para que a aliança não desaparecesse em meio ao noticiário sobre a condenação do ex-ministro José Dirceu por corrupção ativa no julgamento do mensalão.

A aliança começou a ser costurada anteontem em encontro entre Temer e Dilma. Ela pediu que a negociação fosse conduzida com Lula.

Russomanno

Antes da reunião com o PRB, o secretário-geral do PT, Elói Pietá, disse à Folha que Dilma não dará outro ministério ao partido em troca de apoio a Haddad. "Se ela não deu um ministério ao PR no primeiro turno, não tem por que dar ao PRB no segundo."

Em junho, Dilma rejeitou trocar o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para atrair o PR. A sigla encerrou a negociação e deu apoio a José Serra (PSDB).

A presidente, no entanto, fez duas mudanças em sua equipe para ajudar Haddad. Entregou uma secretaria do Ministério das Cidades ao ex-prefeito Paulo Maluf (PP) e deu o Ministério da Cultura à senadora Marta Suplicy.

"Não pedi e não pedirei espaço no governo", disse à noite o presidente do PRB, Marcos Pereira.

Fonte: Folha de S. Paulo

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