PT descarta ir às
ruas contra o Supremo
Proposta de membro do Diretório Nacional, de não reconhecer o resultado do
mensalão e realizar uma campanha contra o STF, é descartada. Decisão frustra
José Dirceu
BRASÍLIA - O Diretório Nacional do PT recusou proposta de um de seus membros
para não reconhecer o resultado do julgamento do mensalão e empreender uma
campanha de rua contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A recusa frustrou José
Dirceu, ex-ministro condenado pelo STF, e deixou tenso o clima na reunião do
diretório petista, em Brasília.A proposta foi feita por um dirigente de Santa
Catarina, Serge Goulart, após conversar reservadamente com Dirceu. Segundo
interlocutores, foi necessário o presidente da sigla, Rui Falcão, convencer os
demais a sequer votar a requisição do colega. Motivo: se a proposta fosse
aprovada, a sigla assumiria para si um ataque institucional contra STF, se
rejeitada, pareceria um veto a Dirceu e aos demais condenados no julgamento do
mensalão.
Três dirigentes petistas relataram a frase de Falcão quando Goulart se
recusou, pela primeira vez, a retirar a proposta: "Manifestamos sempre
nossa solidariedade, mas não podemos associar o partido a uma campanha contra o
Supremo. Nossa campanha em 2013 tem de ser pela reforma política".
Diante da falta de apoio para iniciar a votação, o próprio Dirceu convenceu
o colega a desistir da pauta. Goulart retirou a proposta e o ex-ministro deixou
a reunião antes de fim. Disse a colegas que precisava buscar a filha de dois
anos na escola.
Há uma decisão interna, apoiada por Lula e pela presidente Dilma Rousseff,
de não transformar a batalha dos condenados no julgamento do mensalão em uma
guerra do partido. O que a legenda se dispõe a fazer é desconstruir o que chama
de a narrativa do mensalão, alicerçada na acusação de compra de votos
parlamentares, junto a formadores de opinião.
Ajuda
Rui Falcão também afirmou que integrantes do partido devem se organizar para
auxiliar os filiados condenados no processo do mensalão a pagar as multas
aplicadas pelo STF. Falcão disse que ele contribuirá com recursos próprios por
considerar os valores "desproporcionais".
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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