O comércio externo este ano não está ajudando. Esse é um dos motivos para o
PIB fraco. Exportações e importações estão em queda na comparação com 2011. A corrente
de comércio está menor, e o saldo cai 30%. Commodities que o Brasil exporta
ficaram mais baratas, principalmente o minério de ferro, mas pode-se dizer que
o campo salvou a lavoura: a exportação de soja cresceu.
Embora não seja exportadora de produtos industriais, a economia brasileira
tem essa vantagem, vende matérias-primas metálicas e agrícolas. Mesmo em tempos
de crise externa, quando uma cai há chance de que a outra suba. O preço do
minério de ferro está 25% menor, em média, este ano, mas problemas climáticos
nos EUA e na Argentina pressionaram as cotações da soja e os nossos ganhos
aumentaram. A tendência deve continuar no ano que vem, de acordo com José
Augusto de Castro, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
- O complexo soja em 2013 deve se tornar nosso principal grupo exportado,
passando o minério de ferro, que irá para o segundo lugar. Depois, virão
petróleo e derivados - disse.
A exportação de minério de ferro, de janeiro a novembro, está US$ 10 bilhões
menor do que no mesmo período de 2011. Exportamos US$ 28 bi contra US$ 38 bi.
Queda de 30%. O impacto sobre a balança comercial não foi maior porque o
complexo soja subiu. Ao todo, as vendas externas de soja em grãos, farelo de
soja e óleo de soja cresceram 11%, de US$ 22,6 bilhões para US$ 25,2 bilhões. A
estimativa de José Augusto de Castro é de que em 2013 as exportações do
complexo soja cheguem a US$ 32 bilhões e as de minério fiquem em US$ 29 bi.
De janeiro a novembro, as exportações, ao todo, estão 4,7% menores. As
importações caíram 1,1%, e a corrente de comércio, 3%. O saldo comercial
despencou 30%: US$ 17 bilhões contra US$ 25 bi do mesmo período de 2011.
Há muita incerteza sobre o comércio externo em 2013. A Europa está em crise,
há ameaça de abismo fiscal nos EUA, e a China pode crescer menos. Tudo indica
que a retomada do crescimento não virá das exportações, mesmo que o real fique
mais fraco.
Campeão com menos fôlego
Desde 2011, a tendência é de queda do preço do minério de ferro, nosso principal
produto exportado, como se vê no gráfico abaixo. Algumas altas ocorreram no
período, mas não se sustentaram. Segundo o economista Artur Manoel Passos, do
Itaú Unibanco, ele foi negociado a um preço médio de US$ 170 a tonelada, em
2011. Este ano, chegou a cair abaixo de US$ 100 e depois subiu para US$ 120. Em
2013, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que o preço
cairá mais um pouco.
Fonte: O Globo
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