Entre os planos para o senador mineiro, percorrer todo o país
SÃO PAULO - A quase dois anos das eleições presidenciais, o comando do PSDB
já inicia operação para colocar Aécio Neves no centro dos holofotes e
transformá-lo no principal porta-voz da sigla. Para 2013, o partido organiza,
para o segundo semestre, um périplo do senador mineiro pelo país. Em sua
primeira disputa presidencial, o objetivo é arregimentar apoio entre lideranças
regionais, bem como torná-lo conhecido entre os eleitores.
O senador mineiro será ainda a estrela dos programas eleitorais da legenda
na televisão e no rádio no ano que vem, além de anfitrião de congresso
partidário, que será organizado no primeiro trimestre, para definir as bandeiras
da sigla para 2014. Na terça-feira, ele participará de evento promovido pelo
Instituto Teotônio Vilela, órgão tucano de formação política, que discutirá os
dois primeiros anos do governo, com as presenças do economista Edmar Bacha e do
cientista político Bolívar Lamounier.
- A ideia predominante é que o Aécio Neves assuma a presidência da sigla, em
maio do ano que vem, para que ele se transforme em uma espécie de porta-voz. O
PSDB precisa realinhar o seu programa às atuais questões nacionais e ter alguém
que personifique essas ideias na televisão, em viagens, em eventos - defendeu o
presidente do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana.
Em setores do partido, a avaliação é de que o líder tucano precisa adotar um
discurso mais duro caso queira vencer a disputa ao Palácio do Planalto. Para
lideranças tucanas, nos últimos anos, o senador mineiro teve uma atuação
oposicionista "fraca", que ainda não empolgou a oposição ao governo
da presidente Dilma Rousseff. O lançamento precoce de sua candidatura teve como
objetivo moldá-lo a tempo para a disputa eleitoral, bem como aplacar disputas
internas no partido.
O diagnóstico é de que a sigla não pode chegar à sucessão presidencial mais
uma vez dividida, fator apontado como decisivo para a derrota da legenda nas
disputas anteriores. Em 2006, José Serra e Geraldo Alckmin levaram a disputa
pela candidatura tucana até março daquele ano e, em 2010, Serra e Aécio
enfrentaram-se nos bastidores até o final de 2009.
- O lançamento reflete um desejo majoritário no partido de ter logo o nome
do candidato definido. Em eleições passadas, nós pecamos nessa questão de
tempo, mas, agora, há um período bastante razoável até as eleições
presidenciais - considerou o secretário-geral do PSDB, Rodrigo de Castro.
Fonte: O Globo
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