segunda-feira, 13 de abril de 2015

Líderes de ato cobram mais firmeza da oposição

• Manifestantes reclamam que partidos não endossam a tese do impeachment

• Vem pra Rua anuncia que movimentos antipetistas farão ato em Brasília no dia 15; MBL anunciou marcha

- Folha de S. Paulo

SÃO PAULO Os movimentos que foram às ruas em São Paulo neste domingo (12) contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) também fizeram críticas à oposição, principalmente ao PSDB e ao senador Aécio Neves (MG), segundo colocado na disputa pelo Palácio do Planalto em 2014.

A cobrança central do MBL (Movimento Brasil Livre) e do Vem Pra Rua, organizadores dos atos, é por uma postura mais atuante em favor do impeachment da presidente.

Os senadores tucanos Aloysio Nunes (SP) e José Serra (SP) também foram cobrados para que seja instaurado no Congresso um processo de impeachment contra a presidente, assim como os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Todos eles se declaram contra o processo.

Kim Kataguiri, coordenador nacional do MBL, disse que a oposição não pode continuar com "uma postura frouxa". Já Renan Santos, também do MBL, criticou Aécio e disse que o tucano "sumiu" nas últimas semanas. Líder do Vem Pra Rua, Rogério Chequer cobrou em seu discurso "mais oposição, investigação e punição".

Aécio tem divulgado vídeos nas redes sociais para fazer convocação aos protestos, mas não compareceu a nenhuma das manifestações. Neste domingo, ele disse, em nota, que Dilma está "imobilizada". O PSDB se solidarizou com os brasileiros que voltaram a manifestar "repúdio e indignação" contra a "corrupção sistêmica".

O DEM ponderou que o tom dos protestos de hoje indicou que, agora, há um "objetivo comum: a saída de Dilma". O Solidariedade disse que irá procurar outros partidos para cobrar a defesa do impeachment.

Neste domingo, os deputados Paulinho da Força (SDD-SP), Roberto Freire (PPS-SP), Jair Bolsonaro (PP-RJ) e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), eram os únicos políticos presentes no ato em SP.

Segundo Bolsonaro, os políticos "têm medo de estar nesse movimento".

"Sou bem tratado pelo meu passado, mas Aécio deveria estar aqui. Político tem que estar com o povo", disse.

O protesto deste domingo levou à avenida Paulista 14 carros de som. Três deles faziam defesa da intervenção militar. "Mudança não é Aécio, mudança é intervenção", diziam os apoiadores do SOS Forças Armadas.

Além deles, estavam presentes o Revoltados Online, o Movimento Liberal Acorda Brasil, o Movimento Civil XV de Março e o Solidariedade, entre outros.

O MBL anunciou a organização de uma marcha a Brasília que terá início na próxima sexta (17), com saída da zona oeste de São Paulo. A meta é chegar à capital federal em 20 de maio.

O líder do Vem Pra Rua diz que representantes de 50 movimentos anti-PT vão a Brasília na quarta-feira (15). "A aliança do PMDB não tem que ser com o PT, mas com a rua", defendeu Chequer.

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