- O Estado de S.Paulo
Na véspera do primeiro debate na TV aberta da eleição presidencial, o da Band amanhã, as campanhas dos adversários de Jair Bolsonaro ainda não chegaram a um consenso sobre a melhor maneira de confrontar o líder nas pesquisas.
Enquanto a necessidade de fazê-lo desidratar nas pesquisas poderia sugerir que ele seja o alvo natural dos ataques de todos os demais, as recentes sabatinas e entrevistas das quais o candidato do PSL à Presidência participou levaram os QGs rivais a reverem essa estratégia.
Um dos responsáveis pela preparação de um dos oito contendores observa que “o bizarro, o inusitado”, não tira voto de Bolsonaro. Ao contrário, parecem fortalecê-lo diante do eleitorado fiel.
A seguir esta leitura, o melhor seria deixá-lo “quieto”, sem forçar um confronto direto no qual ele pode sair “vencedor” segundo uma régua que não é a convencional da política.
A desconstrução de Bolsonaro seria feita, aí sim, na propaganda eleitoral de TV, quando seus adversários vão dispor de um latifúndio de tempo para atacá-lo, e ele não terá nenhum para contra-atacar ou se defender. Para esses estrategistas, as redes sociais não têm poder de fogo para rebater uma campanha destrutiva.
Resta saber se todos vão resistir à tentação de um tête-à-tête com o primeiro colocado no páreo. Isso vale principalmente para Ciro Gomes (PDT), que pode querer aproveitar a ausência do candidato petista no confronto para ser o antípoda de Bolsonaro diante do eleitor de esquerda.
COMEÇA O JOGO
Alckmin na mira dos rivais por aliança com o ‘Centrão’
Se a imprevisibilidade de Jair Bolsonaro e da reação de seu “fã-clube” ditam alguma cautela, o mesmo não vale para Geraldo Alckmin. O tucano deve ser alvo de todos os adversários, inclusive do deputado do PSL. O acordo com o “Centrão” estará na mira de Bolsonaro, Ciro, Alvaro Dias e até Marina Silva. O que está em disputa, aí, é o eleitorado de centro. O único que adotará como procedimento não fazer ataques e apenas se apresentar será Henrique Meirelles.
DEBATE 1
Modelo privilegia confronto direto entre os candidatos
O formato do debate da Band privilegia o confronto direto entre os candidatos e não tem a camisa de força de eleições anteriores de que cada um só pode responder ao mesmo número de questões – o que obrigaria sempre a alguém perguntar o mesmo número de vezes para um dos principais candidatos e Cabo Daciolo, por exemplo. A emissora calcula em 80 o número de embates diretos entre os 8 participantes (perguntas, réplicas e tréplicas).
DEBATE 2
Band faz parceria com YouTube e Google para monitorar redes
Ao lado do estúdio do debate haverá outro, em parceria da Band com o YouTube e o Google Trends. O Google vai fornecer dados em tempo real sobre como o debate está sendo “visto” na internet. Eles serão divulgados na Band News e na transmissão pelo YouTube, mas não entram na dinâmica do debate. Funcionarão mesmo como “segunda tela”. É a primeira vez que o Google faz esse tipo de parceria num debate no Brasil.
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