O
ministro da Saúde teve Covid. Mas não sabemos a quantas anda e nem sequer se já
sarou
Devo
estar mal informado, mas, então, o Google também estará. Ao ver ontem o
general Eduardo
Pazuello sendo chamado a se explicar sobre os 6,8 milhões de
testes de Covid mofando num galpão federal em Guarulhos (SP), ocorreu-me que
ele é o ministro de Saúde. Ocorreu-me também que, desde que contraiu o vírus
—sim, Pazuello pegou a doença, lembra-se?—, mal ouvimos falar dele. E que,
sendo o responsável pela saúde de 212 milhões de brasileiros, sua própria saúde
é ou deveria ser do interesse nacional.
Pazuello foi diagnosticado com Covid no dia 21 de outubro. Internou-se num hospital de Brasília, onde seu chefe Jair Bolsonaro o visitou expressamente para desmoralizá-lo, desautorizando a sua compra da vacina Coronovac. Pazuello engoliu a ofensa, disse-se "zero bala" e se mudou para um hospital militar. Teve alta no dia 3 seguinte e foi para casa, mas só retomou as "atividades presenciais" no dia 11. Em entrevista, admitiu "ainda não estar completamente recuperado" e atreveu-se a chamar a Covid de "doença complicada". E, a partir dali, sumiu do noticiário —até ontem. Digitei "Pazuello e Covid" no Google para saber se ele estava mesmo "zero bala". Nada sobre esse assunto.
Gostaria
de saber de Pazuello como foram seus sintomas, doença, tratamento, recuperação
e sequelas. Terá sido entubado? É tudo mesmo um horror? Teve medo de morrer?
Foi salvo pela cloroquina ou, como diz a ciência, tomá-la ou passá-la nas
costas dá na mesma? Como foi, afinal, que pegou o vírus? Era sempre testado?
Não acredita em testes?
Claro
que, não sendo médico, Pazuello não tem ideia do que lhe aconteceu. E muito
menos do que a Covid já fez, faz e ainda fará com o Brasil.
Pazuello
nos deve um minucioso relatório pessoal. Afinal, somos nós que pagamos —em
solidão, desemprego, falência e vidas humanas— a conta que ele e Bolsonaro
estão apresentando ao país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário