Entro em teu breve sono, onde os minutos
são três pássaros líquidos e enorme,
e
descubro os gelados aquedutos
guardiães do silêncio, enquanto dormes.
Pouso
a cabeça nos teus lábios sujos
de
mundo e tempo, e vejo que possuis
em
teus seios, dois bêbados marujos
desesperados, sós, raros, azuis.
Enfim,
além (no além de tuas pernas
onde
Deus repousou a sua face,
cansado de inventar coisas eternas)
desvendo,
ao desespero de quem passe,
a
rosa que és, a mística e sombria
a noturna e serena rosa fria.
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