quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Orando a Pacheco e a Lira - Fábio Alves

O Estado de S. Paulo

Com Haddad acumulando tantas derrotas, sua credibilidade é muito baixa hoje 

A impressão que ficou, após o breve alívio no dólar e na curva de juros ao longo do pregão de sexta-feira passada, é que investidores, analistas, gestores de fundos e empresários estão depositando toda a esperança agora no Congresso para evitar que as contas públicas saiam novamente dos trilhos, como aconteceu durante o governo de Dilma Rousseff.

Só para lembrar: no auge do estresse do mercado após a divulgação das medidas de ajuste fiscal, o dólar tocou na máxima histórica de R$ 6,11. Mas chegou a ceder até abaixo de R$ 5,96 após as declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, na direção de priorizar – “com celeridade e boa vontade” – a votação do chamado pacote de cortes de gastos e também de condicionar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil se houver espaço nas contas públicas. O alívio, porém, foi curto. E a semana encerrou com a moeda americana a R$ 6.

O azedume não foi somente por causa da inoportuna surpresa de antecipar a reforma do IR: além de as medidas de ajuste fiscal terem sido consideradas insuficientes e aquém das estimativas alardeadas pela equipe econômica, o pacote teve na sua composição muito de rearranjo de despesas e pouco de cortes de gastos obrigatórios de forma estrutural. Ficou evidente que o presidente Lula não está disposto a perseguir uma política fiscal responsável, visando manter algum controle da trajetória da dívida pública.

Se nada for feito, o futuro é preocupante. Basta se lembrar que, no governo Dilma, o Banco Central foi forçado a elevar os juros a 14,25% e mantê-los nesse patamar de julho de 2015 até outubro de 2016, após um período de grande descontrole fiscal. Mesmo assim, a inflação em 2015 acelerou até 10,67%. Em janeiro de 2013, o dólar ainda estava abaixo de R$ 2. Em 2015, superou R$ 4.

Com o ministro Fernando Haddad acumulando tantas derrotas, sua credibilidade é muito baixa hoje. Ele disse que o pacote não é o “gran finale” de tudo o que precisa fazer e prometeu que, daqui a três meses, pode estar discutindo outras medidas. Essa fala não fez preço. E por quê? Após ele enrolar o anúncio do pacote por um mês e inflar as expectativas com um número de ajuste de R$ 70 bilhões, o mercado não vai mais embarcar nas promessas doces do ministro. Resta ao Congresso assumir a responsabilidade fiscal de que Lula abriu mão. A partir de agora, o mercado vai reagir mais a cada palavra de Pacheco e de Lira. Se o pacote sair do Congresso mais duro do que aquele que Haddad enviou, o dólar recua. •

 

2 comentários:

Anônimo disse...

Não sei porque vocês ainda consideram Fernanda Haddad um técnico da economia
Foi o pior gestor apontado em pesquisa , a frente da prefeitura de São Paulo , ele mesmo disse que não entende nada de economia só estudou dois meses de pra passar em um concurso e mesmo assim disse que colou dos colegas ao lado
O Lula com a sua equipe de criminosos condenados na lava jato tem instinto de se perpetuar no poder custe o que custar
Sem dizer no seu DNA de corrupção e incompetência
E ficam vocês achando que daí vai sair alguma coisa que preste
Não vai sair nada
E o Brasil só ladeira abaixo e a turma que fez o L carregando todos nós pro buraco

Mais um amador disse...

Falando em Fernando Haddad:

" Doutor do DCP-USP, possui graduação em Direito (1985), mestrado em Economia (1990) e doutorado em Filosofia (1996), todos pela Universidade de São Paulo. "

Fonte : USP.

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