PDT formaliza apoio ao candidato tucano, que aproveita a cerimônia para,
mais uma vez, fazer uso eleitoral do mensalão
Denise Rothenburg
SÃO PAULO — Detentor da liderança em número de votos no primeiro turno, o
candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, larga para este segundo
turno deixando de lado a primeira pesquisa que apontou Fernando Haddad (PT) à
frente nas intenções de votos. Ao receber ontem o apoio de três partidos —
PPS, PTB e PDT, esses dois últimos aliados da presidente Dilma Rousseff no
plano federal —, Serra aproveitou para criticar José Dirceu, condenado pelo Supremo
Tribunal Federal na terça-feira por corrupção ativa devido ao envolvimento
com o mensalão, e associou a imagem do ex-ministro à disputa eleitoral na
capital paulista.
"É uma coisa estranha alguém que é condenado pela Justiça suprema do
país, de repente, considerar que o mais importante é ganhar a eleição em São
Paulo, como se a eleição em São Paulo pudesse compensar aquilo que aconteceu
com a condenação e também trazer mais satisfação ao grupo que hoje é
considerado criminoso pela Justiça. Não se trata de presunção, é
estranho", disse Serra, durante a solenidade em que o deputado Paulo
Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força Sindical, anunciou seu ingresso na
campanha tucana.
A solenidade do PDT foi no auditório da Força Sindical, o mesmo no qual, em
2010, a então candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff,
lançou seu programa de governo para a área de Educação. Ontem, entretanto, o
público era bem diferente. No palco estavam Serra; Paulinho da Força; o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); o prefeito da cidade, Gilberto Kassab
(PSD); e o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Eduardo Patah.
Na sala lotada por partidários de Paulinho portando bandeiras da Força e do
PDT, as palavras de ordem reforçavam o discurso do candidato: "Vamos
evitar a chegada dos mensaleiros aqui", dizia um sindicalista.
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Logo na chegada, os principais apoiadores de Serra tratavam de minimizar o
resultado da pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira, na qual o tucano
aparecia com 37% das intenções de voto — 10 pontos atrás do rival: "Essa
pesquisa, na verdade, marca o encerramento do primeiro turno. O segundo turno
começa oficialmente na segunda-feira, com o horário eleitoral", afirmou o
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. "Pesquisa que vale é a feita, pelo
menos, uma semana depois de horário eleitoral", completou o governador Geraldo
Alckmin, feliz com os apoios conquistados nessa largada.
Nessa largada, Fernando Haddad obteve o apoio de Gabriel Chalita (PMDB), que
saiu da eleição com 13% dos votos. Enquanto isso, Serra levou o PTB, que fazia
parceria com Celso Russomanno, do PRB, o terceiro colocado. Angariou ainda o
PPS de Soninha Francine, além do PDT de Paulinho da Força.
Fonte:
Correio Braziliense
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