Barbosa e Ayres Britto evitam polemizar com petistas que criticaram
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BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos
Ayres Britto, evitou polemizar com dirigentes do PT, que acusam a Corte de
condenar réus do mensalão por pressão da imprensa. No intervalo da sessão de
ontem do julgamento, que tratou de lavagem de dinheiro e envolveu mais
petistas, Britto minimizou a questão:
- Não nos cabe opinar sobre isso. Faz parte da liberdade de expressão.
Na terça-feira, após ser condenado pela maioria do STF, o ex-ministro José
Dirceu divulgou carta em que se dizia injustiçado e vítima de uma "ação
orquestrada e dirigida pelos que se opõem ao PT e seu governo".
"Hoje, a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena
como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e
registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência", afirmou
o ex-ministro.
José Genoino, ex-presidente do PT e condenado por corrupção ativa, também
redigiu uma carta, na qual afirmou que o julgamento do mensalão resulta na
"criminalização da política". "Como esperar um julgamento sereno
no momento em que os juízes são pautados por comentaristas políticos?",
questionou Genoino.
Na sessão de quarta-feira do julgamento, o relator Joaquim Barbosa também
evitou responder às críticas de Dirceu. Ao ser questionado, o ministro disse
apenas que trata "réu como réu":
- Eu não costumo comentar afirmações de políticos. Esse não é meu papel. Réu
eu trato como réu. Só isso. Agora, se um determinado réu resolve politizar o
julgamento, isso é problema dele.
Fonte:
O Globo
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