PT chegou a consenso e já começa a
trabalhar pela reeleição de Dilma
Com aval do
ex-presidente Lula, o deputado Rui Falcão deve permanecer no comando do partido
até 2018
Octávio Costae, Pedro Venceslau
O PT já está preparando sua má-quina de
guerra para enfrentar o decisivo ano de 2014. O primeiro passo será dado essa
semana em um jantar dos caciques da sigla com o PMDB. A anfitriã será a
presidente Dilma Rousseff e o cardápio a renovação do bem sucedido consórcio de
poder formado pelos dois partidos. A conversa será pontuada pelas demandas de
cada um na agenda de 2013: reforma ministerial, eleição para o co-mando do
Congresso e divisão de espaço nas prefeituras. De sua parte, o PT e o Palácio
do Planalto definiram o item mais importante.O ex-presidente Lula não disputará
à presidência e Dilma será candidata à reeleição.
A decisão acertada pelos dois parece
óbvia, mas se trata de uma definição que limpa o terreno de embates
fratricidas. Não existe no partido nenhum foco de resistência a essa tese. Nem
mesmo as barulhentas correntes da esquerda petista se opõem ao nome de Dilma.
Em outra frente, o PT trabalha para que
a sucessão interna da legenda, que ocorre por meio de eleições diretas
massivas, não se transforme em um palco de guerra. O BRASIL ECONÔMICO apurou
que o ex-presidente trabalha para que a bem-sucedida aliança entre os grupos
majoritários petistas “Novo Rumo” e “Construindo um Novo Brasil” seja repetida
e reeleja Rui Falcão para um novo mandato em novembro de 2013.
O próprio dirigente teria manifestado o
interesse em continuar no comando petista. O novo presidente da sigla assumirá
em janeiro de 2014 e coordenará a campanha presidencial. “Rui conduziu muito
bem o partido nas eleições desse ano. Ele procurou nacionalizar o PT. É um bom
nome”, disse ao BRASIL ECONÔMICO o senador Humberto Costa (PT-PE), membro do
diretório nacional. Candidato a prefeito derrotado no Recife, ele pontua que
geralmente as correntes apresentam nomes para a disputa interna, mas pondera.
‘O partido tem problemas localizados, mas está nacionalmente unido. O
sentimento é de unidade”.
O principal foco de resistência a esse
projeto é o grupo “Mensagem ao Partido”, que comanda cerca de 20% da máquina do
PT. As principais estrelas dessa tendência são o governador do Rio Grande do
Sul, Tarso Genro e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O principal
articulador dos “rebeldes” que resistem ao nome de Rui Falcão é o presidente da
Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS).
Ocorre que petistas de alta patente
consideram que ele se queimou com Dilma e Lula durante seu mandato como
presidente da casa. Além do comando partidário, o PT discute internamente a
política de alianças da legenda para 2014. Como havia acontecido antes do
pleito de 2010, duas teses estão em campo. Uma, defendida pelo grupo
majoritário, prega a reedição da aliança prioritária com o PMDB. Isso significa
a recondução de Michel Temer à vice-presidência, a ampliação do espaço dos
peemedebistas na Esplanada dos Ministérios e um pacto de coabitação política no
Congresso.
Outra quer um palanque mais “à
esquerda”, com o PSB na condição de aliado prioritário. No jantar promovido por
Dilma, dividirão a mesa os senadores Valdir Raupp (presidente do PMDB), José
Sarney (presidente do Senado) e Eduardo Braga (líder do governo). Os deputados
Jilmar Tatto (líder do PT), Arlindo Chinaglia (líder do governo na Câmara). A
presidente aproveitará a ocasião para acabar com os rumores de sua reforma
ministerial.
Fonte: Brasil Econômico
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