Para Temer,'ninguém resiste' mais três anos e meio com popularidade tão baixa como Dilma
• Vice-presidente indicou que se situação econômica e política do Brasil não melhorar até meados do ano que vem, será difícil concluir o segundo mandato
Pedro Venceslau e Letícia Sorg - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O vice-presidente Michel Temer reconheceu nesta quinta-feira, 3, em um encontro com empresários e ativistas de oposição a presidente Dilma Rousseff que se situação econômica e política do Brasil não melhorar até meados do ano que vem, será difícil concluir o segundo mandato.
"Hoje o índice (de popularidade) é realmente muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. Se continuar assim, 7% de popularidade, de fato fica difícil passar de 3 anos."
Quando questionado sobre os cenários que podem levar ao impeachment, o peemedebista tentou mostrar desapego ao cargo e arrancou risos da plateia. "Espero que o governo vá até 2018. A hipótese de cassação pelo TSE eu nem discuto. As instituições têm que funcionar normalmente. Se o TSE cassar a chapa, acabou. Eu vou para casa feliz da vida", afirmou.
Diante da reação do público, cerca de 50 pessoas, Temer fez uma retificação. "Não sei se feliz ou não, cada um tem a sua avaliação".
O vice-presidente também afirmou que Dilma "não é de renunciar". "Não me parece que ela seja, digamos, renunciante."
O vice presidente Michel Temer participou na noite desta quinta-feira de um encontro com empresários e ativistas organizado pela empresária Rosângela Lyra, líder do movimento Acorda Brasil, que faz oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff.
O peemedebista foi o décimo participante do Projeto Política Viva. Os nove anteriores são de oposição. Entre eles estão os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Álvaro Dias (PSDB-PR).
"O senhor vai passar para a história como oportunista ou estadista?", perguntou da plateia o empresário Fábio Suplicy. "Em momento nenhum eu agi de maneira oportunista. Muitas vezes dizem: 'o Temer quer assumir a Presidência'. Mas eu não movo uma palha, porque aí sim eu seria oportunista", respondeu Temer, visivelmente irritado.
Temer também falou sobre a tentativa frustrada de recriar a CPMF.
"Talvez se não fosse a minha posição na semana passada na CPMF, o orçamento não viria com déficit. Mas eu confesso que, quando a presidente me ligou para dizer que a equipe econômica tinha decidido pela CPMF, eu fiz uma ponderação. A situação do governo já não é boa aos olhos da população. Não é boa aos olhos do Congresso.O governo sofrerá uma derrota fragorosa no Congresso Nacional. Será uma derrota política e outra econômica".
Michel Temer também falou sobre a declaração na qual disse que o Brasil precisa de alguém que possa reunificar o País. "A declaração gerou muita controvérsia porque despertou o País. Alguém precisava dizer ao País que a crise é grave. Ficava um disfarce muito grande".
Temer contou, ainda, que sugeriu a presidente Dilma a extinção da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência e que a articulação fosse divida entre a Casa Civil e o Planejamento.
Depois de ver o correligionário Paulo Skaf, presidente da Fiesp, defender na semana passada a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o vice presidente saiu em defesa do titular da pasta. "A saída do Levy será prejudicial ao país. Vamos dar apoio expresso a ele".
O peemedebista foi o décimo participante do Projeto Política Viva. Os nove anteriores são de oposição. Entre eles estão os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Álvaro Dias (PSDB-PR).
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