DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Quando o secretário da Receita Federal declara em depoimento no Senado que servidores do órgão acessaram "cinco ou seis vezes" as declarações do Imposto de Renda do vice-presidente de um partido de oposição, isso é verdadeiramente um escândalo. Além de jogo sujo, um crime.
Dados bancários e fiscais são protegidos por leis e quebrar esse sigilo sem autorização judicial é crime. Logo, os servidores que fizeram isso são criminosos. E não adianta só os chamar de "aloprados". Isso é pouco, quase condescendência.
A suspeita é que estavam mancomunados com o tal "grupo de inteligência" da campanha de Dilma Rousseff, o que caracteriza uma espécie de complô entre público e privado e de promiscuidade entre Estado e candidaturas governistas.
Remetendo, obviamente, para o ministro da Fazenda que quebrou o sigilo bancário de um caseiro, para o dossiê que a Casa Civil teria feito contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, para aquele pedido ainda hoje nebuloso para a própria Receita aliviar com o filho de Sarney.
Sem falar nos "aloprados" que aprontavam dossiês na eleição passada de São Paulo.
Do outro lado, o da oposição, há também um precedente nunca devidamente esclarecido sobre a Polícia Federal investigando, fotografando e expondo o "caso Lunus", que detonou a candidatura presidencial de Roseana Sarney em 2002. A família cristalizou a certeza de que José Serra estava por trás.
Mas, com o presidente da República e o governador do principal Estado jogando a lei eleitoral no lixo, folha por folha, para fazer campanha proibida, tudo é possível. E nada vai acontecer.
Os "meninos" que quebram o sigilo na Receita vão levar um puxão de orelha, o "grupo de inteligência" vai continuar ativo, presidente da República e governador de São Paulo podem tudo.
BRASÍLIA - Quando o secretário da Receita Federal declara em depoimento no Senado que servidores do órgão acessaram "cinco ou seis vezes" as declarações do Imposto de Renda do vice-presidente de um partido de oposição, isso é verdadeiramente um escândalo. Além de jogo sujo, um crime.
Dados bancários e fiscais são protegidos por leis e quebrar esse sigilo sem autorização judicial é crime. Logo, os servidores que fizeram isso são criminosos. E não adianta só os chamar de "aloprados". Isso é pouco, quase condescendência.
A suspeita é que estavam mancomunados com o tal "grupo de inteligência" da campanha de Dilma Rousseff, o que caracteriza uma espécie de complô entre público e privado e de promiscuidade entre Estado e candidaturas governistas.
Remetendo, obviamente, para o ministro da Fazenda que quebrou o sigilo bancário de um caseiro, para o dossiê que a Casa Civil teria feito contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, para aquele pedido ainda hoje nebuloso para a própria Receita aliviar com o filho de Sarney.
Sem falar nos "aloprados" que aprontavam dossiês na eleição passada de São Paulo.
Do outro lado, o da oposição, há também um precedente nunca devidamente esclarecido sobre a Polícia Federal investigando, fotografando e expondo o "caso Lunus", que detonou a candidatura presidencial de Roseana Sarney em 2002. A família cristalizou a certeza de que José Serra estava por trás.
Mas, com o presidente da República e o governador do principal Estado jogando a lei eleitoral no lixo, folha por folha, para fazer campanha proibida, tudo é possível. E nada vai acontecer.
Os "meninos" que quebram o sigilo na Receita vão levar um puxão de orelha, o "grupo de inteligência" vai continuar ativo, presidente da República e governador de São Paulo podem tudo.
Afinal, o tempo passa, a memória é curta e o crime geralmente compensa.
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