segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Em ato, grupo acusa presidente da CBF de ter delatado Herzog

Escracho. Manifestantes protestam na Avenida Paulista

Tatiana Farah

SÃO PAULO - O Levante Popular da Juventude realizou ontem, com movimentos sociais de esquerda, um escracho público diante do apartamento do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marín. Um grupo de cerca de 120 pessoas atravessou a Avenida Paulista, região central da capital paulista, entoando palavras de ordem até o condomínio de luxo do dirigente, na Zona Sul. Marín foi acusado pelos manifestantes de ser delator do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, assassinado em 1975 pela ditadura militar. Marín era, na época, deputado estadual pela Arena, que apoiava o regime.

Segundo os manifestantes, ele teria denunciado ao Comando de Caça aos Comunistas o trabalho crítico de Herzog à frente da TV Cultura. O dirigente também foi lembrado como vice-governador biônico de Paulo Maluf, a quem substituiu entre 1982 e 1983. Na ocasião, ele teria subido à tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo para defender a atuação do delegado Sérgio Paranhos Fleury, do Dops.

- Olha a cabeleira do Zezé. Será que ele é? Dedo-duro! - cantaram os manifestantes, que pediram que o dirigente os recebesse; segundo os seguranças do condomínio, Marín estava viajando.

- Marín, aguarde essa juventude nos sorteios da Copa, nos estádios. O dedo de Herzog estará apontado para você - discursou Aton Fon Filho, do Comitê Paulista Memória, Verdade e Justiça.

Fonte: O Globo

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