segunda-feira, 12 de novembro de 2012

PT faz ato de apoio a Lindbergh para sucessão de Cabral em 2014

Partido lança pré-candidatura ao governo do estado em meio a ataques ao STF



RIO - O PT do Rio lançou ontem a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do estado, em 2014. Os petistas, no entanto, defederam a manutenção da aliança com o PMDB nas próximas eleições. Os peemedebistas pretendem lançar o vice-governador Luiz Fernando Pezão à sucessão do governador Sérgio Cabral. O encontro, realizado na sede do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ), no Centro, ocorreu em meio a ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou integrantes da cúpula do partido no caso do mensalão.

— O Supremo não é dono da verdade. O Supremo errou todas as vezes que se deixou levar. Foi o STF que cassou o registro do Partido Comunista Brasileiro com a alegação de que era uma célula do Partido Comunista Soviético. Foi o STF que negou o habeas corpus e, com isso, Olga Prestes foi morta nos campos nazistas na Alemanha - discursou sob aplausos o deputado federal Luiz Sérgio, ex-ministro da Pesca no governo Dilma

Segundo Luiz Sérgio, o STF "se submeteu à pauta da elite" e "errou feio". Para o deputado, as condenações de petistas como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares atrapalharam o PT nas últimas eleições municipais e tiveram o objetivo de "diminuir o raio de ação política do ex-presidente Lula".

— Ao colocar o julgamento do chamado mensalão no mesmo momento das eleições, o Supremo se transformou no grande programa eleitoral que a oposição não tinha - declarou Luiz Sérgio.

Cerca de 200 petistas participaram da reunião que aprovou uma resolução em apoio à pré-candidatura de Lindbergh. Marcaram presença os deputados federais Edson Santos e Benedita da Silva, além de deputados estaduais e candidatos do PT a prefeito e a vereador nas eleições municipais. Adilson Pires, eleito vice-prefeito na chapa do prefeito Eduardo Paes (PMDB), não foi ao encontro. Derrotado nas urnas da Capital para vereador, Marcelo Sereno, ex-assessor direto de José Dirceu na Casa Civil do governo Lula, evitou falar sobre o mensalão ao ser abordado por jornalistas:

— A minha opinião é a mesma do Luiz Sérgio.

No discurso, Lindbergh afirmou ter a esperança de ver o PMDB de Cabral e Pezão ao seu lado no palanque em 2014. O senador, por sua vez, disse que já costura apoio com o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Lindbergh tenta aproximação ainda ao PDT, PCdoB, PV e PRB.

— O resultado da eleição mostrou que não há mais a hegemonia do PMDB no Rio. Temos o melhor nome para enfrentar a candidatura (do deputado federal Anthony) Garotinho (PR). Se não tiver acordo com o PMDB, faremos igual a São Paulo, onde eles lançaram o Gabriel Chalita à prefeitura e, o PT, o Fernando Haddad. No segundo turno, os dois se aliaram - comparou Lindbergh.

Dos 92 municípios, o PMDB venceu em 25. Já PT elegeu 11 prefeitos. Os peemedebistas, porém, perderam em cidades importantes como Duque de Caxias e São Gonçalo. O PR de Garotinho assumirá oito prefeituras, o mesmo número do PSB. Lindbergh diz estar mantendo conversas com Lula sobre a candidatura própria.

— Ele (Lula) está acompanhando todos os movimentos no Rio. Mas não posso falar os detalhes sobre as nossas conversas - despistou Lindbergh.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, estará no Rio, em 3 de dezembro, para debater a pré-candidatura de Lindbergh. Segundo o senador, caso não haja acordo com o PMDB até o segundo semestre de 2013, o PT entregará todos os cargos no governo Cabral.

— Quero ser o candidato de todos. Mas, se não unificar essa aliança, entregaremos os cargos - disse Lindbergh.

Benedita também saiu em defesa do nome de Lindbergh:

— O PMDB não é inimigo. Está na aliança nacional. Se o PMDB tiver juízo, podemos trazê-lo para o nosso lado.



Fonte:  O Globo

Um comentário:

Anônimo disse...

Sérgio Cabral apoia quem ele acha ser o melhor e nesse caso é o Pezão.