O partido admite abertamente a possibilidade de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, abrir mão de se candidatar ao Planalto e apoiar outro presidenciável
Daniel Weterman | O Estado de S.Paulo
Defensor de uma aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições 2018, o líder do DEM na Câmara, deputado Rodrigo Garcia (SP), afirmou, em conversa com o Estadão/Broadcast, que a aproximação de diretórios regionais com Ciro Gomes(PDT) não definirá os rumos que o partido tomará na disputa pelo Planalto.
O partido admite abertamente a possibilidade de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, abrir mão de se candidatar ao Planalto e apoiar outro presidenciável. Na quinta-feira, 5, Maia afirmou que, do ponto de vista "das ideias", é mais fácil o partido apoiar Geraldo Alckmin (PSDB). Em relação aos palanques estaduais, ponderou, há mais afinidade com Ciro.
O líder da bancada relativiza a declaração do presidente da Casa. "Essa lógica quem vai deliberar é o presidente (do partido), ACM Neto, entre as bancadas do Senado e da Câmara e a Executiva Nacional, ponto", disse Garcia. E ainda argumenta o alinhamento histórico do DEM com o programa do PSDB para defender uma aliança com Alckmin. "Se for tomado outro rumo, naturalmente vai ter que se colocado isso de maneira clara o porquê de outro rumo."
No DEM, há o temor de que a divergência em relação à aliança faça o comando da legenda convocar uma votação ampliada entre dirigentes, deputados e senadores para decidir quem apoiar na eleição presidencial. A Executiva deve se reunir na quarta-feira, 11, para discutir o assunto.
Alianças. Para contrapor a ala do partido que defende uma aliança com Ciro Gomes, Rodrigo Garcia argumenta que DEM e PSDB estão juntos em oito Estados. Os democratas apoiam candidaturas tucanas em São Paulo, Rondônia, Roraima e Piauí. Já os tucanos apoiam pré-candidatos do DEM no Amapá e no Pará. Além disso, os partidos estão juntos em Pernambuco e Alagoas.
"Em virtude de uma decisão nacional estar sendo tomada muito próximo da convenção, deverá ser respeitada a realidade de cada Estado. Não pode ser encarado como nenhuma dissidência se, por acaso, a decisão for diferente da nacional", diz o líder do DEM, admitindo a divisão no partido em relação à campanha presidencial.
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