Taxa
é pressionada por afrouxamento do isolamento social e proximidade de redução do
auxílio
É
a maior marca da série histórica da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios) Contínua, que calcula a desocupação oficial do país e teve início
em 2012.
Isso
representa 13,8 milhões de pessoas na fila do emprego, segundo dados do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta-feira
(30). No trimestre móvel anterior, terminado em maio, o desemprego no Brasil
havia fechado em 12,9%.
No
trimestre encerrado em fevereiro, a taxa estava em 11,6%. No mesmo trimestre de
2019, o desemprego era de 11,8%.
A
alta do desemprego acontece em meio a flexibilização
do isolamento social imposto no país como forma de conter o avanço da
Covid-19.
“Esse aumento da taxa está relacionado ao
crescimento do número de pessoas que estavam procurando trabalho. No meio do
ano, havia um isolamento maior, com maiores restrições no comércio, e muitas
pessoas tinham parado de procurar trabalho por causa desse contexto. Agora, a
gente percebe um maior movimento no mercado de trabalho em relação ao trimestre
móvel encerrado em maio”, disse a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
A
primeira morte conhecida de Covid-19 no país ocorreu
no dia 17 de março. A partir daí, com o avanço da doença, o país promoveu o
fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de combater a pandemia.
A partir de abril, os efeitos econômicos começaram a ser sentidos com mais
intensidade, já que as medidas restritivas duraram do começo ao fim do mês.
Já
em junho, alguns estados e municípios passaram a promover a reabertura da
economia, com a volta do funcionamento de shoppings, bares e restaurantes.
Em
julho, esse movimento se intensificou, ao mesmo tempo em que o novo coronavírus
continuava a deixar milhares de mortos pelo Brasil.
De
acordo com dados da Pnad Covid, pesquisa criada para mensurar os efeitos da
pandemia no mercado de trabalho, cerca de 10 milhões de brasileiros deixaram o
isolamento rigoroso entre julho e agosto.
Com
a flexibilização, muitos trabalhadores voltaram a procurar um emprego e
passaram a figurar nas estatísticas oficiais de desocupação do país.
O IBGE só considera desempregado quem está em busca de uma ocupação.
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