O
mais eloquente é que Jair Bolsonaro se deu mal
O
que as urnas disseram no domingo? Várias coisas. A mais eloquente delas é que
Jair Bolsonaro se deu mal.
Também
parece lícito concluir que a onda niilista que tomou de assalto o eleitor em
2018 passou. Prevaleceram nomes e partidos tradicionais. Aparecem nas listas de
legendas vitoriosas DEM (depois de quase ter sido extinto nos anos Lula-Dilma),
MDB, PSD, PP, PSDB (se triunfar em São Paulo). O PSL, que, na esteira da
eleição de Bolsonaro em 2018, se tornara o segundo maior partido (em cadeiras
na Câmara), teve até aqui desempenho pior do que pífio.
A
esquerda parece estar se recuperando do desastre que foram as municipais de
2016, mas sem a hegemonia do PT. O partido que brilha nestas eleições é o PSOL.
O
que tudo isso diz sobre 2022? Um pouco, mas não muito. A aparente mudança de
humor do eleitorado é relevante, mas seria um erro tomar os resultados de agora
como uma prévia de 22. É que, em eleições locais, o eleitor tende a privilegiar
questões locais. O fato de ele ter escolhido agora lideranças mais moderadas
não significa necessariamente que repetirá isso no próximo pleito.
Alguns
países renovam parte do Legislativo no meio do mandato do presidente. É uma
opção interessante para uma eventual reforma política. Dá ao eleitor uma chance
de se manifestar sobre a administração, e ao líder, uma oportunidade para
corrigir rumos.
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