Blog do Noblat / Metrópoles
Enquanto um só faz criar confusão, o outro
tenta apagar incêndio
Por mais que negue o senador Ciro Nogueira
(PP-PI), chefe da Casa Civil do governo, recomenda-se no momento não convidar
para a mesma mesa Jair Bolsonaro, que dispensa apresentação, e Roberto Campos
Neto, presidente do Banco Central.
Campos Neto andou se queixando de
Bolsonaro. Disse a mais de uma pessoa que Bolsonaro “só atrapalha” seus
esforços de convencer investidores estrangeiros a seguirem investindo no país
apesar das confusões – criadas por quem? Você sabe por quem.
Repercutiu na imprensa internacional despacho
da Associated Presse, a mais antiga agência americana de notícias, citando duas
autoridades de “alto nível” que relataram o desejo de Bolsonaro de intervir no
Banco Central por causa da alta dos juros.
Campos Neto declarou em evento virtual da
organização Americas Society/Council of the Americas que “um maior nível de
barulho” na política fez crescer a inflação no país para quase 9%. Como ela
sobe, ao Banco Central resta subir a taxa de juros para contê-la.
O ministro Paulo Guedes, da Economia, disse algo parecido. Segundo ele, a “barulheira política contamina a economia”. Se perguntarem a Guedes quem provoca “barulheira”, ele jamais dirá que é Bolsonaro. Campos Neto prefere silenciar a respeito.
Bolsonaro e Guedes são negacionistas. Foram
em relação à pandemia e são em relação a tudo que os aborrece. Campos Neto não
é. Quem, dentro do governo, teima em enxergar acaba colecionando desafetos,
pedindo demissão ou sendo demitido.
Agosto segue em frente a merecer a fama de
mês aziago por aqui. Há 67 anos, no dia 24 de agosto, o presidente Getúlio
Vargas suicidou-se para não ser deposto pelos militares. Há 60 anos, no dia 25
de agosto, o presidente Jânio Quadros renunciou.
Foi em agosto de 2014 que Eduardo Campos,
ex-governador de Pernambuco e candidato naquele ano a presidente da República,
morreu em um acidente de aviação. Foi em agosto de 2016 que o Senado aprovou o
impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A influência de agosto, por vezes,
estende-se aos primeiros dias de setembro. Foi no dia 6 de setembro, há três
anos, que Adélio Bispo esfaqueou Bolsonaro em Juiz de Fora.
As condições do PP de Ciro e Lira para
apoiar Bolsonaro em 2022
A vida não está fácil para ninguém, muito
menos para o presidente da República
O Progressistas (PP) de Ciro Nogueira (PI),
chefe da Casa Civil da presidência da República, e de Arthur Lira (AL),
presidente da Câmara dos Deputados, já deixou claro a Jair Bolsonaro que está
disposto a apoiar sua candidatura à reeleição até o fim.
Mas, segundo a nova edição do TAG REPORT,
boletim semanal das jornalistas Helena Chagas e Lydia Medeiros, pelo menos duas
condições serão impostas para isso. A primeira: que Bolsonaro não se filie ao
PP, mas a outra legenda.
E a segunda, ainda mais indigesta: que
aceite a liberação de todas as seções regionais do partido para apoiar e fazer
alianças com quem quiser nas eleições do ano que vem, inclusive com Lula nos
estados do Nordeste onde ele lidera as pesquisas de intenção de voto.
A vida não está mesmo fácil para ninguém…
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