Vera Rosa
BRASÍLIA - Incentivador da CPI do Cachoeira,
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca hoje em Brasília disposto
a estimular o PT e a base aliada a bombardearem o governador de Goiás, Marconi
Perillo (PSDB), e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) para atingir a oposição
às vésperas das eleições.
Lula vai almoçar com a presidente Dilma
Rousseff e ministros, no Palácio da Alvorada, algumas horas depois da
instalação da CPI. Nos últimos dias, o ex-presidente e sua sucessora divergiram
sobre a conveniência da instalação da CPI. Lula, porém, está convencido de que
as investigações vão desvendar como operava o que ele chama de “quadrilha
política e empresarial” comandada por Carlinhos Cachoeira. Na avaliação de
Lula, o esquema de Cachoeira se aliou à oposição e agiu para fabricar provas
contra o seu governo. Em conversas reservadas, o ex-presidente tem dito que a
CPI vai desvendar as ligações de Cachoeira com a “farsa do mensalão”.
Perillo garantiu, em 2005, que alertou Lula
sobre o pagamento de propina a parlamentares, em troca de apoio no Congresso. O
ex-presidente nega e nunca perdoou o tucano por isso. Embora não tenha feito
nada para evitar a CPI, Dilma teme que ela contamine as votações no Congresso.
O governo também se deu conta de que a CPI pode trazer problemas ao Planalto
porque a construtora Delta, no epicentro da investigação, é a que tem mais
contratos para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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