Daniela Martins
BRASÍLIA - O governo vai sair vitorioso da votação do novo Código Florestal,
marcada para hoje, prevê o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP). O
relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) é rejeitado tanto pelo PT quanto
pelo Palácio do Planalto e conta com o apoio do PMDB e da maioria da bancada
ruralista. "Como o governo tem maioria aqui na Casa, não vai ser derrota
do governo. A gente vai ganhar amanhã [hoje]", disse Tatto.
Na votação do Código Florestal na Câmara no ano passado, o governo foi
derrotado com o apoio da base aliada. À época, o plenário aprovou a Emenda 164,
que estende aos Estados o poder de decidir sobre atividades agropecuárias em
áreas de preservação permanente (APPs). A medida foi incluída em plenário pelo
PMDB da Câmara. Para alterar o tema, houve acordo do Palácio do Planalto com os
parlamentares durante a discussão do projeto no Senado.
O líder petista informou que houve uma "evolução" do projeto
aprovado na Câmara no ano passado para o texto que passou pelo crivo dos
senadores. Tatto afirmou que, se o governo for derrotado na votação em
plenário, a decisão final sobre o tema ficará para a presidente Dilma Rousseff.
"A presidenta tem a prerrogativa e vai ter que tomar uma decisão, se ela
veta ou não", disse o líder.
Para discutir o tema, o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo
Chinaglia (PT-SP) se reúne pela manhã com os ministros da Agricultura, Mendes
Ribeiro; do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; do Desenvolvimento Agrário, Pepe
Vargas; e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. A bancada do PT também
se reúne para tratar do tema.
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), negou que
o governo vá tentar impedir a votação. "Nós não vamos fazer nenhum tipo de
obstrução. A orientação é trabalhar o mérito. Até porque em algum momento vai
ter que ser votado. Então, [em vez de] você ficar tentando um acordo que sabe
que não vai ocorrer, é melhor votar", afirmou em cerimônia no Senado.
Chinaglia afirmou que o relatório "não tem o apoio do governo pois
consolida uma anistia" aos produtores que desmataram além do permitido
pela legislação. Ainda assim, o líder afirmou que um "eventual"
acordo para alterações no texto aprovado pelo Senado que conte com o apoio de
"parte dos deputados" pode ser alvo de discussão.
FONTE VALOR ECONÔMICO
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