Por Bruna Miato, g1 (30/06/2024)
A inflação acumulada desde junho de 1994, quando o real foi lançado, é de 708%. Para ter o mesmo poder de compra da época, seriam necessários R$ 8,08 para cada R$ 1.
A inflação brasileira acumula uma alta de
708% entre o dia 1° de julho de 1994 e a
última divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de maio.
Em outras palavras: no aniversário de 30 anos
do Plano Real, uma moeda de R$ 1 equivaleria a apenas R$ 0,12 da época de seu
lançamento.
Embora a inflação acumulada em três décadas seja bastante expressiva, é preciso reconhecer o sucesso do Plano Real, no governo de Itamar Franco, para resolver o caos inflacionário.
Nas décadas de 1980 e 1990, o país vivia uma
hiperinflação que chegou a ultrapassar os 2.500% ao ano. Da entrada do real em
circulação para cá, anos ruins de inflação são aqueles em que IPCA chega à casa dos 10%
na janela de 12 meses.
Ainda assim, o valor nominal do dinheiro caiu
bastante: para comprar o equivalente a R$ 1 daquela época, seria
necessário desembolsar R$ 8,08 atualmente.
Para ter o mesmo poder de compra de julho de
1994, seriam necessários, hoje:
R$ 40,40 para uma nota de R$ 5 da
época;
R$ 404,01 para uma nota de R$ 50 da
época;
R$ 808,02 para uma nota de R$ 100 da
época.
Outras notas
Além das notas de R$ 1, R$ 5, R$ 10 e R$ 100,
o "kit original" lançado inicialmente pelo Plano Real, cédulas de
outros valores também foram desenvolvidas com o passar dos anos.
Em dezembro de 2001, foi lançada a nota de R$
2. Para ter o mesmo poder de compra da época em que ela foi lançada, seriam
necessários R$ 7,69. A inflação acumulada de lá para cá é de 284,63%, segundo
o Banco
Central do Brasil (BC).
Em junho de 2002, chegou às ruas a nota de R$
20. Hoje, para ter o poder de compra que se tinha quando foi lançada, seriam
necessários R$ 74,56. O IPCA acumulado do período é de 272,78%.
A última
nota a ser criada foi a de R$ 200, que começou a circular no dia 2 de
setembro de 2020, em meio à pandemia de Covid-19. Em quase três anos, a
inflação já acumula uma alta de 29,29% e, hoje, seriam necessários R$ 258,59
para ter o mesmo poder de compra.
O Plano Real
O real completa 30 anos de existência nesta
segunda-feira (1°). O plano que deu origem à moeda nasceu sob a gestão de
Itamar Franco, que tinha Fernando
Henrique Cardoso como ministro da Fazenda.
O Plano Real marcou o fim de um dos períodos
de maior instabilidade econômica e monetária do Brasil. Teve seu processo
iniciado em 1993 e tinha como objetivo controlar a hiperinflação no país, que
ultrapassava os quatro dígitos.
De acordo com informações do BC, no acumulado
em 12 meses entre julho de 1993 e junho de 1994, quando o real foi
implementado, a inflação chegou a encostar no nível de 5.000%.
Apenas para se ter uma ideia, de lá para cá,
"mesmo com as várias crises internacionais e internas que prejudicaram a
estabilização econômica, o IPCA acumulado em 12 meses passou de 9% em poucas
ocasiões", destaca a instituição.
A implementação do real como a moeda nacional foi a última etapa do plano monetário.
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