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Desta vez, o ex-presidente de El Salvador que teve sua campanha paga pela Odebrecht e foi casado com uma militante do PT
Como Lula, Maurício Funes se elegeu presidente de El Salvador pela esquerda, prometendo a redenção dos pobres. Como Lula, governou pela direita e aliou-se aos picaretas do seu país. Como Lula, uma vez denunciado por corrupção, negou tudo e atacou a Justiça. Ao contrário de Lula, porém, não esperou ser condenado e preso: exilou-se há dois anos na Nicarágua.
O Procurador Geral da República de El Salvador, há três dias, pediu sua prisão. Acusou-o de montar uma “estrutura quase perfeita” que desviou dos cofres do Estado pouco mais de 350 milhões de dólares. Por peculato, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, a Justiça, ontem à tarde, expediu ordem de prisão contra Funes, sua atual mulher Ada Guzmán, e seus dois filhos.
Também foi acusada e será presa a ex-mulher de Funes, a brasileira Vanda Pignato, atual Secretária de Inclusão Social do governo. Representante do PT em El Salvador, Vanda e Funes eram casados quando ele se elegeu presidente. Os dois teriam gastado mais de 4 milhões de dólares em 166 viagens de turismo, várias delas ao Brasil. Lula foi à posse de Funes e o recebeu aqui.
A campanha de Funes foi feita pelo marqueteiro do PT, João Santana Filho. E paga pela Odebrecht a pedido de Lula. Tão logo Lula foi parar no cárcere da Polícia Federal em Curitiba, Funes apressou-se a postar nas redes sociais uma mensagem de solidariedade a ele. Escreveu que Lula fora preso porque governara para os pobres. E criticou a Justiça brasileira.
Lula declara-se preso político. Funes, um asilado político, que como Lula, diz não haver uma única prova de que tenha cometido os crimes que lhe imputam. É o que afirma também Ollanta Humala, ex-presidente do Peru, em prisão preventiva há dois meses junto com a sua mulher, acusado de desvio e de lavagem de dinheiro, e de ter recebido propina paga pela Odebrecht.
A justiça dos Estados Unidos investiga as campanhas presidenciais de Juan Manuel Santos (Colômbia), Danilo Medina (República Dominicana), Nicolás Maduro (Venezuela) e Michel Bachelet (Chile), todas suspeitas de terem sido pagas pela Odebrecht e outras construtoras brasileiras. A extradição de Funes será pedida ao governo da Nicarágua que, por sua vez, está cai, não cai.
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