Biden
vai reparar os estragos deixados por Trump
Bom.
Já se sabe que a pronúncia certa do nome do homem é Baiden e não Biden, o que
nos poupou de piadas com “bidê”. Ele é descrito como o anti-Trump, e essa seria
sua principal credencial para ganhar a Presidência dos Estados Unidos. O que dá
uma ideia da falta de opções para o cargo naquele país, além de ser um alento
para a candidatura do Huck aqui.
Como
alternativa para o multicolorido Trump, Biden só era obrigado a ser cinzento,
como foi durante toda sua carreira política. Alguns dos seus votos como
congressista foram contra a linha correta do seu partido, e sua oratória era
considerada excitante como banana amassada, mas todos concordavam que era um
bom sujeito.
Nada
como um bom sujeito para se opor ao indecoroso Trump. O bom sujeito vai reparar
os estragos deixados por Trump, como os tratados de desarmamento nuclear e do
clima, que ele abandonou, e a pandemia, que ele nunca levou a sério.
Biden
já fez um gesto de bom sujeito — limitado, simbólico, mas um gesto — para a
esquerda do Partido Democrata, chamando Kamala Harris para ser vice-presidente.
Ninguém aposta que Kamala vá ser apenas uma figurante no governo Biden. Ela tem
a imagem e o discurso que Biden não tem.
E
quando foi a última vez que você viu um vice-presidente dançando na rua, no
Brasil? O Itamar sambando na Sapucaí não vale.
Quem
não se entusiasmou muito com a vitória do Biden e a nomeação da Kamala foi a
congressista Alexandria Ocasio-Cortez, estrela em ascensão na ala esquerda dos
democratas, que, segundo ela, perderam a oportunidade de mobilizar os jovens e
as minorias progressistas — o eleitorado dela e do Bernie Sanders — para pelo
menos fazer mais barulho.
Com ou sem a bênção da Alexandria, Kamala promete ser uma refrescante novidade na política americana. Dizem que no baile inaugural do novo governo, e ela vai esperar que toquem uma conga e puxará o Biden pela gravata para o meio do salão.
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