O Estado de S. Paulo
Supremo quer proposta do Congresso para para mudar orçamento secreto
Tão atacados, o Supremo e seus ministros
têm enfrentado uma guerra insana para conter absurdos e arroubos
antidemocráticos e chamar a Nação à razão. Se a PGR finge que não vê, a Câmara
é cúmplice e o STJ vem sendo cooptado, é graças ao Supremo, e também à mídia,
que o Brasil não descamba.
Por 8 a 2, o Supremo deu um “freio de
arrumação” no orçamento secreto revelado e esmiuçado pelo Estadão. A maioria
bancou a liminar da ministra Rosa Weber, deu seu recado ao Planalto e ao
Congresso e, agora, trabalha por uma saída consensual entre os Poderes.
É esperada para hoje uma proposta do Congresso para, ao mesmo tempo, dar uma satisfação às justas críticas de Rosa e contemplar o voto de Gilmar Mendes. Ele explicitou o que a maioria acha.
Rosa cobrou informações sobre os
parlamentares, os valores e o destino das verbas – R$ 18 bi em 2021. E
suspendeu todas as liberações.
O Supremo espera do Congresso uma proposta
confirmando o fim do sigilo e abrindo as informações, além de arrumar
alternativas para a excrescência de um único parlamentar ter o poder colossal
de destinar para quem e para onde vai tanto dinheiro. Ou seja, revendo a
“emenda de relator”, ou RP 9.
Em contrapartida, o Supremo endossaria a
posição de Gilmar Mendes, revendo a suspensão dos recursos. Afinal, nem todos
os beneficiários compraram tratores superfaturados em outros Estados, com
intenções escusas. Há verbas para hospitais, postos de saúde, escolas, alguns
praticamente prontos. É separar o joio do trigo.
O timing é fundamental, pois a proposta vai
para Rosa, que deve pedir ao plenário para julgar o mérito. O risco é não dar
tempo até o fim do mês, comprometendo o Orçamento de 2022 e ampliando a crise
na política, na economia, no social e de credibilidade.
Se é para apostar, no fim dá certo. No
mensalão e no petrolão, o STF foi demonizado pelos petistas e endeusado pelos
futuros bolsonaristas. Com o chacoalhão nas condenações do ex-presidente Lula,
os ânimos se inverteram: é demonizado por bolsonaristas e endeusado por
petistas.
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