terça-feira, 25 de março de 2025

Bolsonaro entra no modo desespero - Alvaro Costa e Silva

Folha de S. Paulo

Permanência do filho 03 nos EUA lembra promessa aos acampados diante de quartéis: esperem mais 72 horas

Quem diria que Kassio Nunes Marques, indicado ao STF por Bolsonaro, era um agente secreto a serviço da ditadura de toga. Ele rejeitou os quatro recursos apresentados pelo ex-presidente e outros denunciados pela tentativa de golpe de Estado, inclusive o afastamento do ministro Alexandre de Moraes. O capitão, segundo seus aliados, ficou perplexo.

E mais perplexo ficou com a declaração de Tarcísio de Freitas a favor das urnas eletrônicas. O sistema eleitoral brasileiro, de acordo com o governador de São Paulo, é hoje uma referência no mundo. Estranha ditadura esta nossa. Capaz de causar inveja e admiração em países democráticos. Com poucas palavras, Tarcísio deu uma na ferradura, ao confirmar, indiretamente, a existência do projeto golpista, que ganhou tração com as acusações de fraude ainda em 2021.

O STF inicia nesta terça (25) o julgamento dos denunciados. A tática de defesa está cheia de buracos. A começar pelo maior interessado, o próprio Bolsonaro, que parece não ter dúvida sobre a sua condenação. Até com certo orgulho, vive dizendo que será não só preso como morto por envenenamento na cadeia. Deixa a impressão de mágoa e ressentimento pelo fato de o golpe ter falhado. Chora e adota uma atitude de herói, de alguém pronto para outra, com Deus, pátria, família e, o que faltou na primeira vez, tanques.

Após o fiasco do comício em Copacabana, o perdão aos condenados do 8/1 esfriou na Câmara. Bancadas com parlamentares do centrão estão divididas. O líder do Republicanos resiste usando o argumento de que a anistia não pode ser aprovada antes que todas as ações sobre os atos golpistas sejam finalizadas no Judiciário.

O desconcerto inclui a ofensiva internacional. O filho 03 fugiu para os EUA, país que sob Trump está virando uma república das bananas —tudo a ver com quem carrega o apelido de "Bananinha". A ideia é, de lá, abastecer a seita com o combustível do delírio utilizado nos acampamentos em frente aos quartéis. Em 72 horas vão invadir o Brasil e depor o ditador Xandão.

 

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