O
presidente Jair Bolsonaro continua com sua postura negacionista da covid-19, a
ponto de, ontem, mandar apagar mensagem do Ministério da Saúde recomendando
isolamento social.
A
pandemia da covid-19, no Brasil, virou um endemia e assim será, até que a
população seja vacinada em massa. A segunda onda, que está sendo avassaladora
nos Estados Unidos e na Europa, aqui está começando, sem que a primeira tenha
ido embora, ou seja, se inicia de um patamar muito alto, como aconteceu nos
EUA. O presidente Jair Bolsonaro continua com sua postura negacionista, a ponto
de, ontem, mandar apagar mensagem do Ministério da Saúde recomendando
isolamento social. Deveria prestar um pouco de atenção ao que acontece na
Suécia, que tratou o novo coronavírus como uma gripezinha, mas, agora, mudou de
paradigma e resolveu aceitar as recomendações da Organização Mundial da Saúde
(OMS).
São
Paulo, por ser o estado mais populoso e também o mais conectado com os demais e
o exterior, registra um aumento de 18% no número de casos de internações nas
redes hospitalares pública e privada neste mês. Como na primeira onda, as
classes A e B estão sendo as mais afetadas; a explosão deve ocorrer quando
chegar à população de mais baixa renda, com menos capacidade de se manter a
salvo do contato com o vírus. O grande dilema é como lidar com as medidas de
proteção individual e, ao mesmo tempo, evitar o colapso econômico e social.
Bolsonaro
reage a isso como quem entra em pânico numa emergência, apesar da retórica de
valentão. Insiste na tese de que o isolamento social é a causa da crise
econômica, culpando governadores, prefeitos, o Supremo e os “maricas” que têm
medo do vírus, ou seja, a maioria de nós. Não reconhece que, em todo mundo, a
origem da crise econômica é a pandemia; e que a política de isolamento social é
uma maneira de evitar desastre ainda maior.
Um
breve comentário de um confeiteiro do Sudoeste, bairro do Plano Piloto, em
Brasília, resume a questão. Ele observa o comportamento dos clientes e conclui:
a maioria dos que tomam os devidos cuidados no balcão de seu pequeno comércio —
máscara e higienização das mãos — não teve a doença. Os que chegavam com
máscara no queixo e não utilizavam o álcool em gel, em sua maioria, com a
evolução da pandemia, disseram-lhe que contraíram a doença. “Um deles me disse
que 22 pessoas da sua família tiveram a covid-19.”
O
presidente continua negando a chegada da segunda onda, mais ou menos como fez
na primeira. O problema é que não terá como negar seu impacto na economia,
porque a situação do Tesouro é muito diferente. A dívida pública deve chegar a
100% do PIB no fim do ano. O governo não terá como prorrogar o auxílio
emergencial por longo período, mesmo mantendo seu valor em R$ 300.
No
Rio, o Ibope apurou uma grande vantagem de Eduardo Paes (DEM), com 53% de
intenções de votos, contra o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que
empacou nos 23%. Devido à rejeição astronômica do atual prefeito carioca, a
eleição está no colo do ex-gestor da cidade.
No Recife, Marília Arraes (PT) assumiu mesmo a liderança, com 45%, contra João Campos (PSB), com 39%. A novidade é a coalizão entre a petista, que disputa a herança política do avô Miguel Arraes, e a direita pernambucana.
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