Regionalmente, o PDT é a sigla com pré-candidato mais próxima dos pessebistas
Gustavo Uribe , Marina Dias , Talita Fernandes e Daniel Carvalho | Folha de S. Paulo
BRASÍLIA- A desistência do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa em disputar a Presidência da República pode empurrar o PSB para uma aliança com Ciro Gomes em prol de composições para a disputa de governos estaduais.
Dentre os partidos com pré-candidatos ao Palácio do Planalto, o PDT é o que tem mais pontos de contato com o PSB nos estados.
Com 11 pré-candidatos a governos, o PSB não terá o apoio do PSDB em nenhum estado e deve ser apoiado pelo do PT apenas na Paraíba e em Tocantins. Já o PDT pode firmar alianças com o PSB em até oito estados.
"É óbvio que esse jogo dos palaques estaduais vai entrar na conta [de uma aliança nacional]. Temos aproximação com o PSB em vários estados, em outros nem tanto. Mas precisamos saber primeiro se o PSB quer esse diálogo", diz o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
De saída, o PDT deve apoiar o PSB nos dois colégios eleitorais considerados mais estratégicos para os socialistas: São Paulo e Pernambuco, onde os governadores Márcio França e Paulo Câmara disputam a reeleição.
Em Minas Gerais e no Distrito Federal, os pré-candidatos a governador do PSB Marcio Lacerda e Rodrigo Rollemberg estão entre os principais entusiastas de uma possível composição com Ciro Gomes.
Lacerda, que é ex-prefeito de Belo Horizonte, almoçou com Ciro há duas semanas e articula o apoio do PDT para tentar chegar ao Palácio da Liberdade. Ele tem relação próxima com o cearense, de quem foi secretário-executivo no Ministério da Integração nacional (governo Lula).
Rodrigo Rollemberg, que também busca o apoio do PDT para sua reeleição, defende uma candidatura ao Planalto que unifique o campo da centro-esquerda.
"Temos que nos unir em torno de um nome com experiência administrativa e viabilidade eleitoral. Pessoalmente, vejo a candidatura de Ciro como a que mais desponta, mas não podemos desconsiderar as demais", afirma o governador.
Em estados como Paraíba, Rio Grande do Norte e Tocantins, a avaliação é que uma aliança nacional daria impulso a uma união entre PDT e PSB localmente.
Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho (PSB) busca o apoio da sua a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) para o seu candidato a sucessor, João Azevedo (PSB). A pedetista ensaia uma candidatura própria, mas lhe faltam estrutura e aliados para enfrentar uma eleição majoritária.
No Rio Grande do Norte e no Tocantins, os dois partidos têm seus respectivos pré-candidatos, mas há portas abertas para uma composição. Na disputa pelo governo potiguar, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT) pode receber o apoio do atual vice-governador Fábio Dantas (PSB).
No Tocantins, uma articulação entre o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) e a senadora Kátia Abreu (PDT) vai depender do resultado da eleição suplementar —marcada para junho. A eleição acontecerá porque o mandato do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) foi cassado.
Quem se sair melhor ou até vencer as eleições deve ter o apoio do outro em outubro.
Em outros cinco estados, PDT e PSB estão juntos no apoio a candidatos de outros Partidos. Na Bahia, no Ceará e no Acre apoiarão, respectivamente, os petistas Rui Costa, Camilo Santana e Marcus Alexandre. No Maranhão, ambos estarão juntos em favor de Flávio Dino (PC do B). Já em Goiás, devem apoiar candidatura de José Eliton (PSDB).
Em estados como Amazonas, Amapá, Espírito Santo e Mato Grosso, os dois partidos estarão em campos opostos.
O governador Amazonino Mendes (PDT) deve disputar a reeleição no Amazonas e enfrentar o presidente da Assembleia Legislativa, David Almeida (PSB).
No Amapá, o atual governador, Waldez Góes (PDT), e o senador e ex-governador Camilo Capiberibe (PSB) são como água e —óleo ambos são cotados para disputar o governo do Estado.
Já no Espírito Santo, o ex-governador Renato Casagrande (PSB) tentará voltar ao governo. O PDT, porém, deve indicar o candidato a vice do atual governador Paulo Hartung.
Em Mato Grosso, o cenário é o oposto. Os pedetistas devem lançar Otaviano Pivetta ao governo, mas o PSB apoiará a reeleição de Pedro Taques (PSDB), que é ex-filiado ao PDT.
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