Presidente,
com seu negacionismo, sua incompetência e seu autoritarismo, já ajudou a matar
mais de 300 mil brasileiros
Soldados
são treinados para matar, e, eventualmente, morrer pela pátria. Não têm
adversários, têm inimigos a exterminar, missões a cumprir e ordens a obedecer.
Foi essa a formação de Bolsonaro, que, com seu negacionismo, sua incompetência
e seu autoritarismo, já ajudou a matar mais de
300 mil brasileiros. Como teve 55% do eleitorado, mais de 160 mil
mortos eram seus eleitores. Esses mortos não são números, têm famílias, amigos,
companheiros de trabalho, que também morrem um pouco a cada perda, atingidos
pela dor individual e coletiva. Já que a realidade está insuportável, vamos
estudar a mitologia do mito.
O mito da integridade — Foi acusado de planejar explodir bombas em quartéis por aumento de salário, chegou a ser preso, foi julgado, considerado culpado numa instância inferior e, inocentado pelo Superior Tribunal Militar, acabou na reserva. Já em seu mandato de deputado, empregou um batalhão de parentes e amigos e há indícios do esquema de rachadinha, que anos depois ganhou evidência, administrado por seu amigo de longa data Fabrício Queiroz, com seu filho.
O
mito do anticorrupção — Participou do desmonte da Lava-Jato, uniu-se ao Centrão
e seus inúmeros réus e investigados por corrupção. Tirou o poder, e até o nome,
do Coaf. Tem obsessão por “inteligência”, informações e espionagens, não para
investigar corruptos, mas para controlar seus inimigos reais e imaginários. Seu
filho Flávio está sob investigação judicial justamente por rachadinha. Outros
indícios de irregularidades pesam sobre seus outros filhos.
O
mito da autoridade — Ele confunde autoridade com autoritarismo. Não dialoga,
manda. O chefe sou eu. Sou eu que mando, porra. Ele quer ter autoridade sem
assumir a responsabilidade, minimizando a pandemia e sabotando a vacinação,
capaz de cancelar a compra de 46 milhões de doses da “vacina chinesa do Dória”.
Ou quando ignorou propostas da Pfizer e agora tem que comprar por preço que
pode ser muito mais caro e ficar no fim da fila para receber.
O
mito da coragem — Tem comportamento paranoico, vê inimigos e conspiradores em
toda parte, mas na verdade é covarde, abandona companheiros por futricas dos
filhos, como fez com Gustavo Bebiano, e com quem ousar contrariá-lo. Sem a
facada teria sido desmitificado nos debates na TV até pelo Cabo Daciolo.
O
mito do líder — Depois da submissão a Trump, sem proveito para o Brasil, fala
insanidades contra parceiros como a China e depois tem que desmentir tudo e
mendigar vacinas. Vive dizendo que é fácil instalar uma ditadura no Brasil, mas
precisa combinar com o Congresso, o Judiciário e 70% da população que não o
apoia. Nenhum presidente brasileiro foi tão debochado e ridicularizado no
exterior como ele. Com ele o Brasil se tornou um pária internacional — e um
perigo para a América Latina.
O mito da verdade — Seu lema é “a verdade vos libertará”, mas ele é de longe o presidente mais mentiroso que o Brasil já teve, e foram muitos, é quase um requisito para o cargo. Só que mente mal, são mentiras toscas, bravatas ridículas, e todos percebem que o mito é um mitômano, que as vezes parece viver em uma realidade paralela sob efeito de alucinógenos.
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